| 10/09/2008 08h
A direção do Grêmio prometeu "blindar" o vestiário e impedir que os jogadores sejam afetados pelo envolvimento do técnico Celso Roth com a Polícia Federal. Segundo o presidente Paulo Odone, as investigações da Operação Ouro Verde, que incluem o técnico, não irão interferir no rendimento da equipe, líder do Brasileirão.
Aparentando calma, Odone limitou-se a dar um telefonema a Roth durante a tarde. O vice de finanças, Túlio Macedo, e o diretor-executivo, Rodrigo Caetano, compareceram à sala de conferências durante a entrevista do técnico. Ex-chefe do setor de imigração da Polícia Federal no aeroporto Salgado Filho, o vice de marketing, César Pacheco, acompanhou Roth em seu depoimento à PF, pela manhã.
– Este é um assunto privado, particular, que precisa ser resolvido e administrado por ele. Garanto que essa questão não entra no vestiário. Ele está blindado. Liguei para ele e lhe disse essas mesmas coisas. Ele me agradeceu. Vamos tocar as coisas normalmente dentro de campo – afirmou Odone.
Apesar de inusitado, o fato não alterou a rotina de trabalho. Apenas a área de estacionamento, onde ficam os jornalistas, estava agitada. Quando ficou confirmado o indiciamento, cogitou-se, até mesmo, sobre a possibilidade de o técnico renunciar ao cargo.
Roth comandou o treinamento da tarde com a mesma energia com que costuma cobrar dos jogadores. Antes de iniciar a entrevista coletiva, brincou com os repórteres, que haviam comparecido em número maior do que o habitual.
– Já que ninguém respondeu da primeira vez, vou dizer de novo: boa tarde.
Apesar de gerar preocupação, a ida de Roth à sede da Polícia Federal também provocou cenas de humor. Funcionários que trabalham próximo ao vestiário sorriram ao dizer que se trata de uma tentativa de frear a campanha da equipe.
– Logo agora que tudo ia tão bem dentro de campo. Isso só pode ser coisa de colorado – disse um dos seguranças do clube.
Apenas a rotina de entrevistas foi quebrada. Como a fala do treinador durou quase meia hora, os jogadores deixaram o estádio praticamente despercebidos, sem serem procurados pelos repórteres.
Ouvido ainda pela manhã, Souza disse tratar-se de uma situação normal.
– Vivemos no meio da grana e estamos sujeitos a essas coisas. O Celso sabe que os problemas ficam dos portões para fora – disse o meia.
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