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 | 25/08/2008 10h56min

De volta ao Brasil, Dunga se diz tranqüilo no cargo

Técnico da Seleção alfinetou Luxemburgo, que seria cotado para assumir a equipe

Bronze olímpico dos Jogos de Pequim, o técnico da Seleção Brasileira de futebol, Dunga, desembarcou na manhã desta segunda-feira no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, São Paulo, reafirmando tranqüilidade em relação a seu futuro no comando da equipe nacional. Cercado de jornalistas e torcedores, o treinador voltou a ser questionado sobre uma possível perda de emprego e foi reticente.

– Esta pergunta tem de ser para o Ricardo Teixeira e não para mim – repetiu.

Segundo o treinador, apesar do presidente da Confederação Brasileira de Futebol não ter falado diretamente sobre o tema com ele em nenhum contato entre eles o dirigente deu a entender qualquer intenção de mudança.

– Estamos tranqüilos, falamos todos os dias com o presidente e não tem porque falar se vamos ficar ou não. Ele falou que temos de continuar o trabalho e eu vou continuar – salientou. 

Dunga disse ainda não estar incomodado com as freqüentes notícias de que técnicos de equipes paulistas estariam sendo sondados para substituí-lo.

– Não, de nenhuma forma. São todos profissionais competentes – salientou.

Entre os muitos boatos de interesse da CBF já foram citados os técnicos do Palmeiras, Wanderley Luxemburgo, e do São Paulo, Muricy Ramalho. Recentemente, o diretor do Palmeiras, Gilberto Cipullo, chegou mesmo a declarar os esforços do clube para manter o técnico na função. Dunga minimizou a situação e aproveitou a oportunidade para comparar seu histórico ao de Luxemburgo.

– O Wanderley já esteve na Seleção, teve um ano para preparar a seleção olímpica e não trouxe nenhuma medalha – disse, sem descartar nenhuma possibilidade.

– Tudo pode acontecer. Na Seleção desde o início que eu estou trabalhando, sempre teve apenas uma pessoa que manda e esta pessoa é o Ricardo Teixeira. Cada um manda no seu clube, na sua entidade, e na CBF quem manda é o Ricardo – comentou.

Luxemburgo foi responsável pelo comando da seleção nos Jogos Olímpicos de Sydney-2000, mas parou nas quartas-de-final superado por Camarões na "morte súbita". Em Pequim, Dunga levou o Brasil até a semifinal na qual o time foi superado pela Argentina por 3 a 0. Na disputa pelo bronze, conseguiu bater a seleção belga.

Mesmo sendo cotado para o ouro e terminando com o bronze, o prestígio do treinador brasileiro pareceu quase inabalado entre a torcida. Dunga foi assediado por torcedores pedindo autógrafos e fotos ao lado do ex-jogador. Mas não faltou também quem quisesse questionar as decisões do técnico e um torcedor chegou a perguntar se não era momento de "tentar gente nova". A resposta do comandante foi categórica.

– Você deve ter visto nós temos nove (novos) jogadores na Seleção – afirmou, deixando clara sua posição quanto ao futuro.

– Talvez vocês estejam acostumados com muita gente que se preocupa com o cargo. Eu falei que não me preocupo com o cargo, estou lá para fazer um trabalho, realizar este trabalho. Quando falei que minha vida estava resolvida todo mundo levou para o lado financeiro, mas não é o lado financeiro, é o lado de você realizar um trabalho. Eu nunca procurei emprego, procurei sempre trabalho por isso, obtive resultados. Quem procura emprego, logo, logo não tem ele – salientou.

GAZETA PRESS
Marcelo Sayão, EFE / 

Técnico diz que presidente da CBF pediu a continuidade do trabalho
Foto:  Marcelo Sayão, EFE


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