| 16/08/2008 09h49min
Melhores amigos de Souza no São Paulo, o goleiro Rogério Ceni e o centroavante Aloísio encontrarão neste domingo no Olímpico um dedicado combatente. Mas do lado oposto. Ontem, apesar de manter o bom humor habitual, o meia deixou claro que os cinco anos vividos no Morumbi não diminuirão seu empenho em decidir o jogo em favor do Grêmio, caso tenha a chance de entrar em campo por alguns minutos.
— Espero encontrar Rogério cara a cara, tocar no canto e fazer um gol nele. Estou alertando: eles que venham preparados, porque aqui o bicho pega, e o caldeirão vai ferver — disse o jogador, imaginando público de 50 mil pessoas no estádio.
Desde a chegada ao Grêmio, em julho, Souza pouco conseguiu falar com os ex-companheiros devido ao acúmulo de jogos e treinos. Nesta semana, ele evitou qualquer contato. Definindo-se como "o 007 do Olímpico", Souza recomenda, sobretudo, cuidados com o toque de bola e as jogadas aéreas do São Paulo. Destaca, também, o risco de se cometer faltas nas proximidades da área.
— Não podemos dar chance ao Ceni, o melhor cobrador do país. E ainda tem o Jorge Wágner — alertou.
Souza mantém o tom provocativo daqueles tempos de embates com Vampeta antes dos confrontos entre São Paulo e Corinthians. Ao referir-se ao ex-volante, Souza brincou ao dizer que ele hoje tenta a carreira de vereador, "depois de enterrar tantos times".
O meia, aliás, lamenta que as disputas verbais entre jogadores tenham cada vez menos espaço no futebol.
Apesar da provocação ao ex-clube, Souza se diz grato ao São Paulo pela projeção profissional obtida ao longo dos últimos cinco anos. A passagem pelo clube paulista permitiu participar de conquistas como a Libertadores e o Mundial de 2005 e o bicampeonato brasileiro. Mas as medalhas estão guardadas na gaveta.
— Tenho carinho por todos, mas, acima de tudo, sou profissional. Hoje, meu ganha-pão é aqui no Grêmio. Agora, sou adversário, sou Grêmio até morrer — avisou.
Na entrevista, só interrompida para que ele pudesse buscar os fihos na escola, o meia fez referência ao jogo entre as duas equipes no segundo turno do Brasileirão de 2006, no Olímpico. Naquela partida, finalizada em 1 a 1, Souza acertou dois chutes na trave. O jogo, segundo ele, deu ao São Paulo a certeza do título.
— Sempre comentávamos sobre as dificuldades de enfrentar equipes do Sul. É pressão o tempo todo, times paulistas não estão acostumados com isso. Aqui, quando se arranca um empate, se comemora como vitória — disse.
É essa comemoração que ele pretende evitar neste domingo.
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