A decisão imposta à CBF de mudar o uniforme das equipes de futebol para a seqüência dos Jogos de Pequim, retirando o escudo e as cinco estrelas que representam os títulos mundiais, irritou os jogadores da equipe. O meia Anderson considerou um desrespeito com a história do futebol do país.

– Os caras estão de palhaçada, mas é coisa política, a gente sabe. Temos que jogar nosso futebol. Nosso escudo tem história, estamos tristes, mas é preciso seguir – bradou Anderson, do Manchester United. – O Brasil tem cinco estrelas, algo construído por jogadores do passado. Mas com ou sem símbolo, temos que jogar de qualquer maneira – finalizou.

A CBF alegou que o escudo da camisa, utilizado na primeira rodada do torneio olímpico, poderia prejudicar a candidatura do país para organizar os Jogos de 2016 no Rio de Janeiro. Por isso, a entidade, pressionada, entrou em contato com a fornecedora de material esportivo para enviar um novo uniforme.

– É ruim jogar sem escudo, obviamente essa situação me deixa chateado. Toda equipe carrega uma história, mas não vai alterar o nosso desempenho – reconheceu o meio-campo Diego.

Autor do gol da estréia contra Bélgica, o volante Hernanes assegura que a nova camisa não tira a identificação entre time e torcida.

– A camisa do Brasil não é só um símbolo, mas todo um sentimento que está dentro da cabeça e do coração de cada brasileiro. Vai ser estranho visualmente, mas depois acostuma – explicou o jogador do São Paulo.

Durante almoço com o ministro do Esporte, Orlando Silva, os jogadores da seleção fizeram uma reclamação formal em relação ao problema com o uniforme. Porém, a determinação do Comitê Olímpico Internacional (COI) é que nenhum esporte deve utilizar na camisa dos Jogos o símbolo de sua federação, e sim do comitê olímpico do país.