| 03/08/2008 18h06min
O Palmeiras foi a Ipatinga para entrar na zona de classificação para a Libertadores. E volta para São Paulo também com a paz entre Valdívia e Wanderley Luxemburgo. Com dois gols do chileno, um deles comemorado com um abraço no treinador, o Verdão bateu o lanterna por 2 a 1.
Decisivo, assim como no lance que gerou a vitória sobre o Flamengo na última quarta-feira, o camisa 10 alviverde foi alvo de polêmica ao ser substituído e seguir direto para o vestiário, atitude repreendida pelo comandante. Valdívia, porém, se redimiu anotando de cabeça o primeiro gol aos 12 do primeiro tempo e o segundo em arremate aos 37 do segundo tempo. Nos acréscimos, Adeílton descontou para os mineiros.
Os três pontos deixam o Palmeiras com 31 no Campeonato Brasileiro, terminando a 17ª rodada em terceiro lugar, a quatro pontos do líder Grêmio. A distância pode ser diminuído nesta quinta-feira, quando a equipe recebe o Vitória. Já o Ipatinga isola-se em último lugar, com 13 pontos, e busca recuperação visitando o Grêmio na quarta-feira.
O jogo – No interior mineiro, Wanderley Luxemburgo optou por repetir uma escalação pela primeira vez desde o início do Brasileiro. A intenção era manter o embalo da vitória sobre o Flamengo. O time, porém, demorou para se encaixar diante do último colocado.
Duelando em um campo com buracos, as duas equipes não conseguiam desenvolver boas jogadas nos primeiros minutos. O Ipatinga era mais presente no ataque, mas só apostava em cruzamento, todos mal executados e rebatidos pela zaga palmeirense. Os visitantes, por sua vez, não acertavam passes. O confronto seguia recheado de erros até que Valdívia decidiu em seu primeiro lance de destaque.
Aos 12 minutos, o camisa 10, protagonista de polêmica com o técnico, lançou Elder Granja e partiu para a pequena área. O lateral-direito cruzou na medida para o chileno desviar de cabeça e comemorar o gol timidamente, com um beijo na aliança antes do abraço dos companheiros.
O placar aberto e a permanência na lanterna fez com que o Tigre do Vale do Aço se lançasse ao ataque. Diferentemente dos primeiros cruzamentos, os mandantes alçavam a bola na segunda trave. Desta vez, porém, encontravam Marcos. A evolução mineira, então, seguiu em chutes de fora da área, como em chance de Adeílson. Mas também não estava bem neste quesito.
Mais controlado e efetivo no ataque, o Verdão colecionava oportunidades perdidas para “matar” o jogo. A maioria delas com Alex Mineiro. Na primeira, o artilheiro partiu livre, mas não alcançou lançamento afastado pelo goleiro Fred na entrada da grande área. Na seqüência, o arqueiro foi bem em cobrança de falta de Leandro.
Aos poucos, os visitantes melhoravam, principalmente nas movimentações de Valdívia e Kléber. Para ajudar, os volantes do Ipatinga faziam muitas faltas na intermediária e dava chance para Leandro cruzar. Em um desses passes, as redes foram balançadas, aos 24 minutos, quando Gladstone desviou de cabeça. O árbitro, porém, anulou o gol assinalando impedimento. Mas a falha mostrava o caminho para o Verdão ampliar a vitória.
Desorganizados e com pouca qualidade, os mineiros só tinham boas chances nas bolas paradas, como em falta frontal que Beto bateu rente ao ângulo de Marcos. Com exceção deste lance, o Palmeiras era melhor, mas a pontaria não estava boa. Aos 36, nova boa chance foi criada por Leandro, que aplicou um “drible da vaca” em Márcio Gabriel e tocou para Alex Mineiro. Na entrada da pequena área, o camisa 9 tentou de primeira, mas desviou muito alto.
O goleador, entretanto, teve grande oportunidade de se redimir quatro minutos depois. Diego Souza tocou e o centroavante foi segurado pelo lateral-direito: pênalti. Alex partiu para a cobrança, sem a sua tradicional “paradinha”, e bateu mal, jogando fora a chance de ultrapassar o santista Kléber Pereira e se isolar na artilharia da competição.
Para aumentar a lamentação em relação a tantas ocasiões desperdiçadas, o Ipatinga quase empatou ainda no primeiro tempo, em jogada de Adeílson que Léo Silva concluiu rente à trave de Marcos. Apesar da vitória parcial, o campeão paulista ia para o intervalo com a sensação de que poderia ter feito mais gols para chegar ao seu segundo triunfo fora de casa.
Experientes com outros jogos em que os três pontos não foram somados, os palmeirenses voltaram incisivos para definir o triunfo e Kléber quase deixou o seu após boa tabela com Valdívia. O time, contudo, pecava na criação de melhores oportunidades por chutar pouco. Os homens de frente tentavam embelezar o lance antes de arrematar e davam chance para a zaga bloquear.
Na demora para fazer o segundo gol, os visitantes ainda sofriam nas escassas aparições do Ipatinga ao ataque. Adeílson já dava trabalho em chutes cruzados tanto pela direita quanto pela esquerda e ganhou parceria efetiva com a entrada de Kempes. Em sua primeira jogada, o atacante carimbou o travessão de Marcos e pouco depois acertou as redes pelo lado de fora.
Para mudar o panorama, Luxemburgo sacou Jumar e Diego Souza para as entradas de Evandro e Martinez, respectivamente. E os dois atingiram o objetivo: mantiveram mais a bola no campo ofensivo alviverde. As finalizações, porém, só aconteceram em chute sem direção de Alex Mineiro e em cobranças de falta de Martinez e Elder Granja, ambas mal executadas. Gladstone também jogou fora mais um gol ao desviar escanteio por cima.
As oportunidades de fazer mais um se acumulavam para o Palmeiras. Mas, assim como no primeiro tempo, Valdívia decidiu em mais um bom lampejo. Aos 37 minutos, o camisa 10, recebeu na entrada da área, limpou Léo Silva e acertou chute seco no canto de Fred: gol e um abraço em Luxemburgo, sem olhar para o técnico.
Os 2 a 0 tranqüilizaram o Verdão, que chegou a ouvir “olé” de sua torcida, maioria no Ipatingão. A calma, porém, resultou em gol do Ipatinga aos 45, quando Michel limpou Gladstone, chegou à linha de fundo e rolou para Adeílson fazer o gol de honra. Insuficiente para tirar os três pontos dos campeões paulistas.
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