| 31/07/2008 03h50min
Foram exatos 365 dias de amadurecimento forçado. Entre 19 de julho de 2007, dia da estréia no profissional, e 19 de julho deste ano, quando recuperou a titularidade do Grêmio, no jogo contra o Cruzeiro, o porto-alegrense Anderson Pico aprendeu que, em futebol, o deslumbramento pode ser fatal.
Confira a escalação de Grêmio e Coritiba
Mais experiente, ainda que a caminho dos 20 anos, o lateral-esquerdo cujo arremesso lateral lembra um escanteio tenta ajudar o Grêmio a manter-se como líder do Brasileirão, hoje, contra o Coritiba, no Couto Pereira.
A partir de 2007, a súbita convivência com a fama levou Pico a abusar das
noitadas e da mesa. A conseqüência disso foi drástica: tão rápido quanto o havia
promovido, o técnico Mano Menezes o retirou até da relação dos concentrados para o jogo.
Um retrato do descaso com que Pico encarou a profissão foi o estado em que se apresentou após as férias, em janeiro. Muito acima do peso, precisou realizar sessões extras com o preparador físico Flávio de Oliveira.
— Foi bom para aprender e não fazer mais — diz.
Ainda assim, ele iniciou a temporada como titular. Seguiu jogando até sofrer a lesão no perônio da perna direita, em abril. No vácuo, surgiu Helder, outro garoto garimpado nas categorias de base.
Foi preciso que o novo titular recebesse o terceiro cartão amarelo para que Pico voltasse. A seqüência de boas atuações foi consolidada com o gol de empate contra o Palmeiras, domingo.
— Não se muda só com palavras. Tem que mudar nas atitudes também — entende o jogador.
Além do técnico Celso Roth, foram decisivos na mudança de
comportamento o volante Eduardo Costa, o atacante Rodrigo Mendes e o zagueiro
Pereira:
— Todos com uma história parecida com a minha.
Também contribuíram para a virada os pais, Leliane e Jairo, a quem homenageia com tatuagens nos dois braços. E Fabiana, a noiva.
— São poucos os que não se deslumbram na chegada. Hoje ele está mais profissional — afirma o preparador físico Willian Thomas, que o ajudou a ser um especialista de lateral.
Confira a tabela do Brasileirão:
Anderson Pico, uma das armas de Celso Roth, transforma cobrança lateral em jogada que lembra um escanteio
Foto:
Arivaldo Chaves
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