| 29/01/2003 01h10min
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, utilizou discurso anual sobre o Estado da União, nesta terça, dia 28, em uma sessão conjunta do Congresso, para colher o apoio dos americanos a "algumas grandes causas".
A principal delas, porém a última a ser abordada no discurso, é a busca de consenso sobre ações de desarmamento no Iraque. O presidente norte-americano anunciou para o próximo dia 5 de fevereiro uma reunião do Conselho de Segurança durante a qual seu secretário de Estado, Colin Powell, apresentará provas sobre o programa de armas de destruição em massa do Iraque.
— Se Saddam não estiver desarmado, vamos liderar coalizão para desarmá-lo – garantiu.
Ao abordar a "guerra contra o terror", o presidente disse que os EUA estão "colocando os terroristas para correr" em todo o mundo:
– A guerra continua e nós a estamos vencendo.
Bush lembrou a inoculação de tropas contra varíola e a melhoria de regras de segurança em aeroportos americanos como medidas antiterror e aproveitou para voltar a defender a construção de um sistema de defesa antimísseis, para proteção dos EUA.
Bush enviou um projeto ao Congresso de US$ 6 bilhões para construir o que chamou de um escudo contra o bioterrorismo.
Em referência indireta ao regime de Saddam Hussein no Iraque, o presidente dos EUA afirmou que a maior ameaça ao poder americano no século 21 são os regimes considerados hostis por Washington.
O presidente aproveitou o pronunciamento para fazer uma forte crítica indireta à resistência de países aliados a apoiar uma guerra ao Iraque e acusou Saddam de ignorar os chamados da comunidade internacional pelo desarmamento de seu regime.
– Há quase três meses, o Conselho de Segurança da ONU deu a Saddam Hussein sua última oportunidade para se desarmar. Em vez de fazê-lo, Saddam mostrou um total desprezo pela ONU e pela opinião do mundo. O ditador do Iraque não está se desarmando. Ao contrário, ele está enganando – disparou.
Com a popularidade em queda acelerada e a aura de invencibilidade que conquistou depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 posta em dúvida pelo desempenho medíocre da economia, o aumento do desemprego e uma séria derrapada na condução das complexas relações com a Coréia do Norte, Bush tinha, de fato, outras questões a tratar com os americanos, tão urgentes quanto uma possível guerra no Golfo Pérsico.
Em seu discurso, Bush afirmou que um de seus principais objetivos é conseguir uma economia capaz de gerar emprego para cada cidadão. Para tanto, Bush defendeu a redução de impostos incidentes sobre os contribuintes.
– A economia cresce quando os americanos têm mais dinheiro para investir, e a melhor maneira de fazer com que os americanos tenham dinheiro é não taxá-los logo de cara – afirmou o presidente norte-americano.
Outra meta anunciada por Bush durante seu pronunciamento anual no Congresso é a garantia de assistência médica para todos os americanos. Para tanto, pediu aos congressistas que aprovem seu plano de US$ 400 bilhões para reforma do sistema de saúde americano.
A preservação ambiental foi identificado como mais um desafio. Bush propôs a criação de um fundo de US$ 1,2 bilhões para pesquisas sobre novas tecnologias para a fabricação de automóveis menos poluentes.
O presidente pediu que a "compaixão americana" seja aplicada ao que ele chamou de "problemas mais profundos" do país. Ele pediu que os legisladores aprovem seus projetos na área social – que beneficiariam idosos, sem-teto, órfãos e trabalhadores de baixa renda. Somente para o tratamento de 300 mil americanos viciados em drogas, o presidente pediu a aprovação de um plano de US$ 600 milhões.
Em sua primeira referência à política externa em seu discurso, o presidente afirmou que os EUA continuarão a ajudar o Afeganistão a reconstruir sua sociedade. No Oriente Médio, disse o presidente, os EUA continuarão a buscar a paz entre israelenses e palestinos.
Bush pediu ao Congresso para aprovar um plano de US$ 15 bilhões, sendo US$ 10 bilhões em dinheiro, para combater o avanço do HIV na África e no Caribe.
O discurso sobre o Estado da União é a mensagem anual do presidente americano ao Congresso do país. O discurso de Bush desta terça foi o 214º discurso do gênero na história dos EUA.
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