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 | 16/06/2008 19h55min

Saída de Eduardo Silva foi opção da diretoria

Preparador físico vai trabalhar com Zé Mário no Catar, e fala sem mágoa da demissão

Amauri Knevitz Jr.  |  amauri.knevitz@zerohora.com.br

Mais um profissional do Inter vai para o Catar. Depois de 12 anos em Porto Alegre, o preparador físico Eduardo Silva faz as malas em seu apartamento no bairro Menino Deus, onde recebeu Zero Hora nesta segunda-feira e de onde sairá para morar em Doha. Vai trabalhar no Al-Arabi, a convite do técnico brasileiro Zé Mário, e enfrentar por lá o atacante Fernandão, que anunciou sua saída no último sábado.



Ao contrário de Fernandão, porém, o preparador não pediu para sair. Também não está de saída por influência de Tite, contratado na última semana. Especulou-se que o técnico exigiria trabalhar com toda a sua comissão técnica, afastando os profissionais que já estavam no Inter, mas Tite fez questão de procurar Eduardo e dizer que foi comunicado da saída dele pela diretoria.

Dudu, como é conhecido no clube, confessa que se sentiu "perdido" ao receber o comunicado de dispensa, mas fala de sua longa passagem pelo Inter sem qualquer indício de mágoa pela maneira como deixou o clube, mesmo não tendo recebido um retorno sobre o motivo do seu afastamento. Tanto que assistiu ao jogo do último sábado, contra o Botafogo, das arquibancadas do Beira-Rio.

A direção teria feito a troca por entender que o clube precisa de um profissional com mais voz de cobrança para a função, mas Eduardo nega ter ouvido qualquer coisa neste sentido. Ao contrário, garante que seria difícil cobrar mais do que ele cobrava dos jogadores.

— Quando me contrataram, não fizeram uma longa entrevista perguntando por que eu queria ser preparador físico do Inter, então não precisam fazer uma lista explicando em detalhes por que eu estou saindo. É um processo normal de troca, que acontece no futebol como em qualquer empresa. É claro que o funcionário fica chateado no momento, mas a vida segue — disse.

Eduardo Silva chegou como auxiliar em 1996 e foi efetivado como preparador principal e novamente reconduzido à condição de assistente por diversas vezes. Viveu todos os momentos dramáticos da última década, do quase rebaixamento em 1999 e 2002 aos títulos da América e do mundo em 2006. Foi auxiliar de Paulo Paixão, Flávio Trevisan e outros, e trabalhou com técnicos como Carlos Alberto Parreira, Emerson Leão e Abel Braga.

A mudança, portanto, faz parte de um processo de renovação que está sendo empreendido no Beira-Rio. O substituto que deverá ser anunciado é da confiança de Tite. Ricardo Rosa trabalhou com o técnico no Al-Ain, dos Emirados Árabes. Dudu, por sua vez, acertou com o Al-Arabi no mesmo dia em que foi demitido. Do Catar, promete acompanhar a seqüência do Inter, e acredita em uma evolução do time:

— Com as mudanças, vem um espírito novo. Tem muita gente competente ali, acredito na proposta de trabalho deles. Com certeza, é um recomeço.

ZEROHORA.COM
Júlio Cordeiro / Agência RBS

Dudu confessa que se sentiu perdido ao receber o comunicado de dispensa
Foto:  Júlio Cordeiro  /  Agência RBS


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