| 12/05/2008 04h14min
Haverá mistério total e absoluto até a hora de os jogadores escolherem, no vestiário da Ilha do Retiro, se o Inter decidirá a vaga na semifinal da Copa do Brasil, contra o Sport, de uniforme branco ou vermelho. Apesar das atuações convincentes de Sidnei (muito convincente) e de Titi (nem tanto assim), substitutos imediatos de Índio e Marcão, suspensos pelo terceiro cartão amarelo, Abel Braga passará a semana admitindo todas as possibilidades de escalação até quarta-feira. Para despiste, bem entendido.
— O time está definido, principalmente depois de hoje (ontem). Não abro de jeito nenhum — avisou Abel.
Nem Sorondo, que fez ontem na vitória por 1 a 0 sobre o Vasco o primeiro jogo em seis meses após cirurgia no joelho esquerdo, foi descartado pelo técnico. As chances de o uruguaio aparecer em Recife são pequenas, mas para efeito de mistério é um prato cheio.
— O Sorondo não era titular à toa — disse Abel.
O substituto de Magrão,
então, este nem se fala. Andrezinho foi mal na
partida de ida, mas muito bem ontem. E Jonas, que foi bem no 1 a 0 do Beira-Rio, ontem teve atuação discreta, mesmo quando passou para o meio-campo, no segundo tempo. Até Ji-Paraná, destaque na estréia do Brasileirão, mereceu alguma especulação por parte de Abel.
— Ele foi muito bem. E repare: é o que de mais parecido temos com o Guiñazu ali pela esquerda. Mas funciona do mesmo jeito pela direita — atiçou o técnico.
Mais adiante, Abel lançou outra frase enigmática.
— O Sport vai ser diferente lá (em Recife). E não só diferente em relação a Porto Alegre, mas diferente em relação ao que foi contra o Palmeiras, em casa — afirmou, dando corda para o mistério.
Mistério combinado no vestiário.
Sidnei, substituto de Índio e melhor em campo ontem - o gol da vitória foi seu — deu entrevistas a valer. E, portanto, repetiu várias vezes a seguinte introdução a cada pergunta sobre a Ilha do Retiro.
— O
professor ainda não me passou nada, mas... — e discorria da decisão
como se estivesse em campo.
Abel aceitou revelar apenas a postura do time. Uma delas é não se encolher na defesa: se marcar gol fora de casa, torna a tarefa do Sport do tamanho da beleza da Praia de Boa Viagem. Seria preciso três gols ao time de Nelsinho Baptista. A outra se refere à disciplina tática:
— Vamos marcar a saída de bola com toda a intensidade.
A viagem para o Recife é hoje, às 17h. Pela manhã, os titulares treinam, talvez sem acesso da imprensa. É o mistério total e absoluto prometido por Abel.
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