| 04/04/2008 12h21min
A divulgação do levantamento de público pagante do Gauchão 2008 tem provocado polêmica entre os torcedores. Os números apresentados pelos clubes não são aceitos por quem esteve nas arquibancadas. Há um conflito entre o número anunciado oficialmente no borderô e o público estimado pelo "olhômetro" dos torcedores.
Nesta sexta-feira, o presidente da FGF, Francisco Noveletto, admitiu que os borderôs não revelam toda a verdade. Borderô é o documento oficial com o qual os clubes comunicam à FGF a venda de ingressos em cada jogo.
Nas 116 partidas disputadas até agora, a média de pagantes - somados todos os borderôs - é de apenas 2.856 torcedores do jogo. Mas Noveletto garante que a presença é maior.
- Fizemos um acordo com os clubes pequenos. Não poderíamos deixar eles quebrarem. Por isso, os sócios que pagam ingresso e os pacotes vendidos de maneira antecipada não entram no borderô. A média é muito maior do que essa - admite Noveletto.
Para o presidente da FGF, o acordo é legal. Como muitos clubes têm rendas penhoradas pela Justiça, em função de dívidas, ele permite que sócios e pacotes promocionais sejam considerados uma categoria à parte, liberada dos borderôs.
Nos documentos só constam os ingressos vendidos no dia dos jogos. Dessa forma, os clubes endividados e com rendas penhoradas conseguem garantir alguma verba a cada partida.
- Essa liberação é legal porque eu isentei os clubes pequenos de pagarem a comissão da FGF, que era descontada direto do borderô. O dinheiro da FGF equivale aos sócios e pacotes promocionais - explica Noveletto.
Na segunda parte do campeonato, outro componente acrescenta público não divulgado nos borderôs: as mulheres, com entradas custeadas pelo Banrisul, entram gratuitamente nos estádios, e o dinheiro é repassado diretamente aos clubes, sem descrição no borderô.
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