| 06/03/2008 08h36min
Após agentes de imigração da Espanha barrarem, ontem, a entrada de 30 brasileiros no país, o Itamaraty considera a possibilidade de começar a negar também a entrada de espanhóis no Brasil.
O embaixador da Espanha em Brasília, Ricardo Peidró, será chamado nesta quinta-feira ao ministério e ouvirá do secretário-geral das Relações Exteriores, Samuel Pinheiro Guimarães, que o endurecimento na liberação de brasileiros prejudica a imagem do país no Brasil.
Passageiros do vôo 6024 da Iberia, que partiu às 20h de terça-feira do Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio, foram isolados numa sala do Aeroporto de Madri, às 9h de ontem, após o desembarque.
Segundo relato de dois pós-graduandos do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj) a parentes no Brasil, eles não receberam informações sobre a recusa de entrada e estavam sem comer e beber água havia 10 horas.
A informação da retenção chegou ao embaixador do Brasil
em Madri, o ex-ministro da Defesa José Viegas
Filho, por volta de 21h (17h de Brasília), quando os escritórios do governo espanhol já estavam fechados. Viegas deverá manifestar hoje ao chefe de gabinete do chanceler espanhol, Miguel Angel Moratinos, a insatisfação do Brasil.
O cônsul-geral em Madri, Gelson Fonseca, pediu à delegacia de imigração que liberasse os brasileiros, mas o pedido foi negado. Os policiais afirmaram, no entanto, que os brasileiros causavam desordem no aeroporto.
Para os policiais, os estudantes não tinham provas da viagem para Lisboa, onde participariam de um congresso científico. Argumentaram também que eles estavam com 250 euros cada um, quando, pelas regras, os passageiros têm de ter, no mínimo, 70 euros para cada dia de estada.
Os estudantes, que continuavam isolados até as 23h30min de ontem, têm volta prevista para o dia 17. Em 2007, a Espanha impediu a entrada de 3 mil brasileiros.
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