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 | 13/02/2008 19h31min

A emoção de atuar com o ídolo: clicRBS entrevista André Baran

O tenista brusquense conta sobre sua experiência de jogar ao lado de Guga

Michele Cardoso  |  michele.cardoso@rbsonline.com.br

André Baran, tenista natural de Brusque (SC), comemora aniversário nesta quinta-feira. Ele completa 17 aninhos. O presente veio antecipado, quando atuou como parceiro do seu maior ídolo — e também de todo o país —, Gustavo Kuerten, na chave de duplas do Brasil Open, em partida contra Fabio Fognini e Filippo Volandri, ocorrida nesta segunda-feira.

Baran concedeu uma entrevista exclusiva ao clicRBS falando sobre a emoção de viver esta experiência. Foi a realização de um sonho que o garoto sequer imaginava que um dia seria possível.

Não só se concretizou, em pouco mais de 60 minutos ao lado do ídolo, como está guardada na memória e no coração do jovem tenista para sempre e em cada momento importante da carreira que ele pretende trilhar.

O apoio familiar

A família do jovem catarinense acompanhou tudo pela televisão, de Brusque. O pai Sandro, a mãe Susi e a irmã — e também tenista — Ana Carolina, sentiram de casa a emoção que André vivia na pele.

— A energia de atuar ao lado do Guga, em uma quadra central e com toda a torcida, vai fazer com que ele (André Baran) cresça ainda mais. Foi uma oportunidade única — disse o pai, com quem o técnico Larri Passos conversou para formar a dupla do Brasil Open, na Costa do Sauípe (BA).

Sandro e Susi incentivaram os filhos na prática do esporte desde crianças. André e Ana Carolina começaram as aulas de tênis aos 4 anos de idade. O esporte é herança paterna. Sandro já disputou a modalidade nos Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc)pela cidade de Brusque, quando teve a oportunidade de atuar com Guga no mesmo time, em 1993, antes do estouro profissional do tenista.

— O Larri e Guga são pessoas muito especiais. Em atividade, o tênis perde um grande jogador, mas ganha um exemplo de superação e esportista a ser seguido — completou Sandro.

A emoção de Guga

Guga se emocionou após a partida. Muito menos por ser o início da sua despedida do mundo do tênis competitivo, mas mais pela oportunidade que teve de jogar ao lado do "gurizão".

— O que mais me emocionou hoje foi a felicidade que eu pude proporcionar ao meu parceiro. Me senti até um pouco coadjuvante em alguns momentos. Foi a minha maior conquista poder ter feito essa partida com o gurizão, que depois ficou todo emocionado. Fiquei mais preocupado com ele durante o jogo do que com a despedida — disse o ídolo, que também não poupou lágrimas no final do jogo.

A realização de um sonho

Veja abaixo a entrevista exclusiva com o tenista André Baran:

clicRBS: Como foi atuar ao lado do maior ídolo do tênis do país?
André Baran:
Foi mais que emocionante. O maior presente de aniversário da minha vida. Eu estava ao lado do meu maior ídolo, onde muita gente queria estar. Eu nunca imaginava isso. Estava jogando uma etapa do circuito juvenil sul-americano, no Equador, quando meu pai me ligou para me contar que o Larri tinha conversado com ele e que eu seria o parceiro do Guga em Sauípe.
 
clicRBS: E o que Guga te falava nos intervalos dos pontos e dos games?
Baran:
Além das táticas de jogo, ele falava pra mim que eu tinha que pensar em jogar solto e tranqüilo, o que valia era dar o meu melhor ali na quadra. Ele estava bem e tirava a pressão do jogo. Foi muito gratificante. Depois do jogo, a emoção que dominou a gente foi fora do comum, eu nunca tinha sentido nada parecido. Eu chorava muito e o Guga também. Não dá pra explicar o que eu senti.
 
clicRBS: E como foi lidar com a pressão de atuar com toda aquela torcida?
Baran: Comecei a entrar pelo corredor, imaginava um monte de coisa, todo mundo na arquibancada, berrando pra gente entrar, é algo que não tem explicação. Eu nunca imaginei viver isso, e passei por essa experiência ao lado do meu maior ídolo... Foi demais!
 
clicRBS: O que significa a estrela de Guga na tua vida de tenista?
Baran: Desde que comecei a jogar tênis, visualizei ele como exemplo. Sempre quis seguir o caminho dele, é meu exemplo, um espelho do que eu quero ser, como pessoa e atleta. Quando comecei a treinar com o Larri e ficar mais próximo, convivendo com o Guga, a admiração só aumentou.

clicRBS: Como foi jogar contra os experientes Fognini e Volandri?
Baran:
Vi que é outra etapa da carreira de tenista. É completamente diferente. O peso da bola, a mentalidade. Eu sabia que seria muito difícil, mas acho que fui bem, sei que dei meu melhor e, mais que isso, aproveitei aquele momento mágico.
 
clicRBS: Qual o maior aprendizado desta partida?
Baran:
Eu acho que é a preparação para o futuro e o foco na carreira. Acho que, mesmo que estivesse muito difícil segurar a emoção, eu fui bem e foi muito bom que isso tenha acontecido logo no início da minha trajetória no tênis profissional. Estar aqui, neste torneio, é como uma alavanca na minha vida. A energia aqui é diferente, tu te sente diferente, treinando com estes profissionais, neste ritmo do torneio, nestes jogos.

clicRBS: O que sentiu vendo o Guga jogando simples?
Baran: O que eu senti foi: como ele joga bem! Incrível, ele estava perfeito, sempre vai ser o meu ídolo máximo. Claro que faltou ritmo no final, mas vi ele se esforçando, dando exemplo na quadra e isso é o que vale para mim.
 
clicRBS: Quais são os planos para a carreira em 2008?
Baran: Vou focar nas competições internacionais da série Future, o primeiro degrau do tênis profissional. Quero pegar o máximo de experiência, dar seqüência no trabalho, pegar mais ritmo de jogo.

clicRBS: E o aniversário?
Baran:
Já ganhei meu presente, agora vou comemorar treinando.

 

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