| 09/02/2008 03h09min
Se o Inter fosse um cidadão prestes a puxar o extrato bancário no caixa eletrônico, pode-se dizer que o saldo Dubai, última reserva antes de a conta entrar no negativo com a torcida, pode acabar em Pelotas.
Mesmo após a derrota para o Juventude no Beira-Rio, por 1 a 0, jogadores e comissão técnica rejeitam a idéia de que estão devendo no Gauchão. Usam, inclusive, a expressão "crédito" para se referir aos dividendos obtidos com o triunfo sobre a Inter, de Milão. Mas um novo fiasco, contra o Brasil, pode acabar com a tranqüilidade.
Os próprios atletas começam a admitir que é preciso acabar com as lembranças de Dubai como argumento para esticar a paciência dos colorados. Magrão, de retorno saudado após ser expulso diante do São José, surpreendeu pela sinceridade ontem. Líder emergente no vestiário do Inter, o volante com jeito de meia entende que chamar de dívida a pagar o fiasco diante do Juventude seria forte demais. Mas reconhece:
— Estamos
prometendo há algum tempo. Temos time no
papel, mas é preciso mostrar isso na prática. Só uma seqüência de bons jogos irá tranqüilizar torcida, imprensa e o próprio clube. Mas ainda temos as atuações contra o Stuttgart e a Inter na nossa conta — analisou Magrão.
O técnico Abel Braga prefere um discurso mais confiante. Tudo teria acontecido tão errado no primeiro tempo da derrota para o Juventude que mesmo o torcedor menos entendido de futebol haverá de compreender: o raio não cai duas vezes no mesmo lugar.
— Não vamos jogar de um jeito tão horroroso duas vezes. Tenho certeza de que o torcedor tem essa consciência — afirmou Abel, pouco antes de satisfazer a gritaria dos torcedores ávidos por autógrafos entre os vãos dos muros próximos ao gramado suplementar.
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