| 27/12/2007 21h40min
Era a bênção do casamento de Rafael Sobis e Michelli, mas o altar comandado pelo pastor e avô da noiva arrancou suspiros lânguidos dos quase 300 convidados da solenidade de ontem à noite no Country Club — a maioria colorada, é claro.
Na cerimônia de casamento estavam outra vez, pertinho um do outro como estiveram em campo nas finais da conquista da Libertadores diante do São Paulo, o trio Sobis, Fernandão e Tinga, autores dos gols que mudaram para sempre a vida do Inter.
Em tempo: Fernandão e Tinga foram padrinhos de casamento de Sobis. Prova de que a campanha da Libertadores ultrapassou os limites do futebol.
— Éramos mesmo um grupo unido demais. Estou realmente feliz por estar aqui com o Rafael neste momento — sorriu Tinga ao descer do carro com a mulher Milene e o filho Davids, este já com cinco anos, topete no cabelo e montando frases em alemão, por conta da vida em Dortmund, onde o pai é astro do time do Borussia.
Sobis foi o primeiro a chegar. Estava nervoso. Com certeza menos do que no primeiro jogo da final da Libertadores, quando sua tranqüilidade espantosa o ajudou nos dois gols que liquidaram o São Paulo, naquele 2 a 1 do Morumbi. Mas Sobis era o retrato da ansiedade. Chegou quase uma hora e meia antes da noiva. Para se ter idéia, ainda havia sol — a cerimônia começou às 21h10min — quando o atacante do Betis apareceu. Nem entrevista quis dar. Fez algumas caretas no carro, mas entrou reto para o clube, ainda que não tivesse quase ninguém lá dentro.
— Quando o Rafa (Fernandão o chama de Rafa) e a Michelli fizeram o convite achei muito bacana mesmo. Conheci ele menino aqui e nos tornamos amigos de família — disse Fernandão, a quem Sobis credita boa parte do seu crescimento como jogador e,
sobretudo, atacante.
Além dos suspiros diante
do trio Sobis, Tinga e Fernandão, a cerimônia mostrou que casamento de jogador tem certas peculiaridades. A belíssima e simpática Michelli, 18 anos, agora senhora Sobis, por exemplo. Chegou numa Hummer, caminhonete inspirada nos tanques de guerra norte-americanos. Aliás, quando paravam caminhonetes em frente à porta do clube, sabia-se: era jogador de futebol. Até Gustavo, o Papa, de passagem opaca pelo Inter, aportou no Country à bordo de um carrão do gênero. Alexandre Pato chegou atrasado, quase no momento do "sim". E sem Sthefany Brito. Roubou um pouco da cena, mas nada grave.
Depois do sermão de José Ordahy Bueiz, pastor de Testemunhas de Jeová e avô de Michelli, o salão ganhou ares de festa, com direito a jantar chique em um ambiente no qual muitos jogadores, de origem humilde, talvez nem imaginassem transitar um dia. Sábado, Sobis embarca para a Espanha. A lua-de-mel será em Bora Bora, em junho.
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