A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) publicou nesta quarta-feira as transcrições da audiência do Conselho Mundial de Esportes a Motor a respeito do escândalo de espionagem. Nela, o chefe da McLaren, Ron Dennis, revelou a frieza de sua relação com Fernando Alonso e o quanto o espanhol está descontente com o tratamento que recebe no time.

Segundo o homem-forte da escuderia inglesa, Alonso discorda do tratamento igual que a escuderia dá a seus pilotos, na medida em que o espanhol acredita que seus dois títulos mundiais deveriam render-lhe um tratamento diferenciado em relação a seu companheiro de equipe, Lewis Hamilton.

– Minha relação com Alonso é extremamente fria. Na cabeça de Fernando há a firme crença de que nossa política, que trata os dois pilotos com igualdade, não reflete seu status como campeão mundial – disse Dennis.

O chefe da McLaren afirmou que Alonso estava descontente com os incidentes do Grande Prêmio da Hungria, quando a FIA cassou sua pole porque ele bloqueou Lewis Hamilton na saída dos boxes, o que impediu seu colega de fazer mais uma volta antes do fim dos treinos oficiais. Chateado, o espanhol teria ameaçado Ron Dennis de revelar a existência de um suposto e-mail com informações a respeito do caso de espionagem.

– Ele disse coisas das quais depois ele se retratou. Em relação à passagem do material secreto, ele fez uma referência específica a respeito de um engenheiro da McLaren. Mandei-o parar. Trouxe Martin Whtimarsh (diretor técnico da equipe) e ele falou tudo novamente. Conversei com Martin e resolvemos encontrar com Max Mosley (presidente da FIA).

Segundo Dennis, Alonso não esteve na audiência da última quinta-feira porque não quis.

– O sr. Alonso não está aqui porque não quer. Ele não fala muito com ninguém. Ele é notavelmente recluso para um piloto, não está aqui por sua escolha. Além do mais, ele disse que tinha outras coisas para fazer. Não posso forçá-lo a vir, apenas pedimos para que viesse – encerrou Ron Dennis.