| 30/03/2007 20h03min
Com o anúncio oficial da Fifa declarando o Palmeiras campeão mundial pela conquista da Copa Rio de 1951, o Fluminense espera que o título obtido no ano seguinte também tenha o mesmo reconhecimento por parte da entidade máxima do futebol. O Tricolor, inclusive, mandou uma documentação à Fifa na mesma época que o clube paulista (2001), mas ainda não obteve resposta.
– Eu acho que, na seqüência do anúncio do Palmeiras, deve ter o anúncio do Fluminense. A coisa já estava em fase final de análise e vamos aguardar. Como a metodologia do torneio foi a mesma, esperamos dar esse presente a torcida – comentou o presidente Roberto Horcades
A Copa Rio foi criada em 1951 pela Confederação Brasileira de Desportos (CBD, atual CBF) para aproveitar o clima criado pela realização da Copa do Mundo no ano anterior, quando o Brasil acabou derrotado pelo Uruguai na final em pleno Maracanã. A Fifa endossou a competição e mandou ao país o então secretário-geral da entidade, Ottorino Barassi, para acompanhar o torneio e fazer a entrega da taça ao campeão.
Como na época não havia nenhum campeonato de âmbito nacional no Brasil nem torneios continentais como a Libertadores e a Copa dos Campeões da Europa, coube à CBD fazer as escolhas dos participantes. Foram convidados: Palmeiras (campeão paulista de 1950), Vasco (carioca de 1950), Juventus (italiano de 1949/1950), Olympique de Nice (francês de 1950/1951), Estrela Vermelha (iugoslavo de 1951), Sporting (português de 1950/1951), Áustria Viena (austríaco de 1949/1950) e Nacional (uruguaio de 1950).
Em 1952, foi realizada a segunda edição do torneio a pedido do Fluminense como forma de comemorar os 50 anos de sua fundação. Entraram em campo cinco clubes campeões: Fluminense (carioca de 1951), Corinthians (paulista de 1951), Grasshopper (suíço de 1951/1952), Peñarol (uruguaio de 1951) e Sporting (português de 1952). Em função de algumas desistências, participaram ainda: Áustria Viena (vice-campeão austríaco de 1951/1952), Saarbrücken (vice alemão de 1951/1952) e Libertad (terceiro colocado do Paraguaio de 1952).
Diferente de 1951, no entanto, não existe comprovação do envolvimento da Fifa na edição de 1952. O próprio Fluminense não sabe responder sobre essa questão.
– Eu não tenho com o dizer mais porque o Manoel Schwartz (presidente à época do envio da documentação à Fifa) já faleceu. A informação que ele deu era que as coisas, se não foram idênticas, foram muito parecidas. A metodologia e a forma de disputa foram as mesmas – diz Horcades.
O jornalista Arnaldo Branco Filho, que ajudou a montar o dossiê palmeirense, contou à GE.Net que a diretoria do Fluminense entrou em contato com a sua empresa nesta sexta-feira para consultar sobre o caso. Segundo ele, o maior desafio dos cariocas é provar que houve consentimento da Fifa na realização da Copa Rio de 1952.
– Acho que só fato de o título de 1951 ter sido reconhecido não quer dizer que o de 1952 também deve ser. Na época em que fizemos o dossiê do Palmeiras, o desafio era provar que tinha alguém da Fifa por trás do campeonato de 1951 e conseguimos chegar no Ottorino Barassi. Visitamos todos os países que tiveram representantes na competição e pegamos vários documentos e jornais com entrevistas do Ottorino. A mesma dúvida do Fluminense de agora era a dúvida do Palmeiras – conta.
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