A torcida do Figueirense está em festa. Na quarta, o time liderado por Ramon fechou mais um ano do tabu de não perder para o Avaí, em jogos do Estadual, no Orlando Scarpelli. Lá se vão duas décadas.

Mas quem também tem muito a comemorar é o jovem atacante. Ramon balançou a rede azurra três vezes e escreveu seu nome na história do clássico. Nesta sexta, o garoto celebra aniversário, e completa justamente duas décadas de vida.

O presente antecipado veio não só para ele, como para todos os torcedores alvinegros. Essa identificação surgiu há três anos, quando Ramon deixou o município de Araranguá, no Sul do Estado, para se aventurar no futebol da Capital.

O meia - isso mesmo, ele atuava no meio-de-campo - chamou a atenção do técnico do juvenil do Figueira, Carlos Roberto. A transferência de cidade foi imediata. O jogo contra um selecionado de Florianópolis ocorreu numa sexta-feira e, três dias depois, Ramon já estava no Orlando Scarpelli.

A adaptação foi simples e rápida. Os colegas de categoria se tornaram grandes amigos, de farra e de confidência. Hoje em dia, o jogador faz o estilo caseiro. Ramon mora em um apartamento perto do estádio com o lateral-direito Anderson Luiz e mais dois atletas dos juniores. No entanto, costuma passar mais tempo na casa da namorada, Rosane.

Dono de uma velocidade e ousadia dentro de campo, fora das quatro linhas o garoto é tranqüilo nas palavras e um pouco tímido. Até o raciocínio ligeiros dos gramados, com tudo acontecendo muito rápido após a excelente atuação no clássico, anda meio lento.

– A ficha ainda não caiu – afirmou, sobre os três gols em cima do rival.

Segundo Ramon, a motivação sempre cresce ao enfrentar o Avaí. Santista na infância, fã de Ronaldo Fenômeno, admirador do futebol de Soares - com quem dividiu o ataque e o quarto do hotel na Copa São Paulo de Juniores de 2006 -, o atacante guarda nos sonhos a imagem da camisa amarela da Seleção Brasileira e a vontade de brilhar na Europa.

DIÁRIO CATARINENSE