| 17/12/2006 14h22min
Em menor número, mas com o mesmo entusiasmo, os colorados “paulistanos” festejaram o título mundial conquistado pelo Internacional a mais de mil quilômetros distantes de Porto Alegre. Eles pintaram de vermelho os bares e ruas do Jardins, bairro de São Paulo, onde também ecoaram as buzinas e o hino do campeão.
Nelson Campelo, de 40 anos e que há cinco trocou Porto Alegre por São Paulo para trabalhar, não escondia a emoção com a maior alegria esportiva da vida. Com os olhos marejados, vestindo uma camisa do Inter surrada e segurando um copo de cerveja, ele acompanhava, deslocado, os cerca de 30 colegas mais jovens cantarem e gritarem em um bar da capital paulista.
– Essa é a maior felicidade que o Inter me deu. Sempre acompanho o time, onde quer que eu esteja. Posso estar distante fisicamente, mas o importante é estar próximo por dentro, no coração – comentou um dos mais experientes torcedores da festa paulistana do Inter.
Aos 14 anos, no entanto, Juliano Dionello já viu o time do coração ser campeão mundial. Ele nasceu em São Paulo, mas virou colorado por influência do pai gaúcho.
– Nós somos fanáticos. Ele me leva para assistir os jogos em Porto Alegre e compramos o pay-per-vier para poder acompanhar as outras partidas – contou o garoto, que agora poderá dar o troco nos colegas de escola. – Estava todo mundo me zoando, dizendo que o Inter seria goleado pelo Barcelona. Mas agora eu sou campeão mundial. No ano que vem, sou eu que vou mexer com o pessoal.
Bruno Gomes, estudante de odontologia da Universidade de São Paulo (USP), é mais um que não vê empecilhos para torcer pelo Inter por morar em São Paulo. Gaúcho, ele também se mudou para a capital paulista porque o pai foi transferido no emprego.
– Temos um grupo que sempre se reúne para ver o Colorado. Hoje, como era um jogo maior, fomos todos para uma churrascaria e, agora, vamos comemorar no bar – disse o torcedor, que confessou temer não poder fazer a festa neste domingo. – O Barcelona é um timão e isso só valoriza a nossa conquista. Eu só acreditava mesmo por causa da garra gaúcha. Então, acordei cedo e vim torcer. E vencemos – finalizou.
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