| 10/11/2006 21h23min
Após as polêmicas relativas ao salário do técnico brasileiro Carlos Alberto Parreira e aos valores gastos para a construção da infra-estrutura à Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, o comitê organizador se viu envolvido em mais um problema. Agora, o tema é a indicação de Linda Mti para a chefia da segurança na competição. Acontece que ela, ex-responsável pelas prisões do país, foi detida na semana passada por dirigir bêbada e está sendo investigada por possível corrupção.
A nomeação foi confirmada pela própria Mti em declarações ao jornal The Star, de Johanesburgo, embora o comitê organizador não confirme nem desminta a informação. Segundo ela, a decisão havia sido tomada pelo Governo há um ano.
– Sinto-me honrada pela nomeação, tanto como pessoa como sul-africana – disse Mti ao jornal.
Mas ela não quer falar sobre o incidente ocorrido na quinta passada num bairro de Johanesburgo, quando bateu seu jipe contra outro veículo e acabou detida pela polícia por dirigir em estado de embriaguez. O motorista do outro carro, Abe Mashile, disse que Mti estava tão bêbada que não podia permanecer de pé depois do acidente, e que ela dormiu na calçada enquanto esperava a Polícia.
Além disso, a nova indicada do comitê organizador está sendo investigada por uma comissão governamental por supostamente se beneficiar de US$ 100 milhões em licitações nos Serviços Penitenciários.
A porta-voz do comitê local da organização do Mundial, Tumi Makgabo, disse apenas que a nomeação está pendente, e que não podia dar mais informações sobre o assunto. Porém, se realmente for confirmada no cargo, Mti receberia o cargo com certo alívio, até para suportar o assédio da imprensa nos últimos dias.
Mti negou qualquer envolvimento no caso, preferindo deixar o assunto nas mãos de seu advogado. Em janeiro, ela terá de ir à justiça. No entanto, seus ex-colegas do departamento do Serviço Penitenciário avaliaram positivamente a nomeação de Mti como chefe de segurança do mundial, qualificando-a como uma líder firme, visionária e solidária.
Mesmo sem ter seu nome confirmado ainda, já começaram a surgir as primeiras reações políticas. O Inkatha Freedom Party (IFP), grupo político majoritário entre os zulus – um quarto da população do país – expressou nesta sexta sua preocupação sobre a nomeação, que pode colocar em risco o sucesso do torneio.
A segurança é um dos principais desafios do comitê organizador da competição. A África do Sul tem um dos maiores índices de criminalidade no mundo todo, o que põe em risco os 500 mil visitantes estrangeiros esperados no país durante a época do Mundial.
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