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 | 12/03/2006 17h56min

Colorado bate o Caxias e está na final do Gauchão

Time de Abel Braga fez 3 a 0 em pleno Estádio Centenário

O Inter venceu o Caxias neste domingo por 3 a 0, no Centenário, na serra gaúcha, e garantiu a classificação matemática na final do Gauchão 2006. Márcio Mossoró abriu o placar aos 26 minutos de partida. Iarley ampliou logo aos três da etapa complementar, e Fabinho, no finalzinho da partida, garantiu a quinta presença consecutiva do Colorado em decisões do campeonato estadual.

O Inter começou pressionando o time da casa. Tanto que, com seis minutos, já havia criado duas chances claras de gol. Logo aos três minutos, após Iarley ter recebido de Fernandão e encher o pé, mandando uma bomba pela linha de fundo. Três minutos depois, Mossoró ensaiava o gol, após receber de Perdigão, na frente do goleiro Ricardo, que defendeu com o pé o chute do meia colorado.

O Caxias acordou depois dos 15 minutos, após jogada de Thoni, que cruzou na área, mas morreu nas mãos de Clemer. A partir daí, O arqueiro colorado trabalhou bastante, fazendo grandes defesas. A principal ocorreu aos 23, quando interceptou cruzamento de Jean Michel, da ponta-direita, para Ailton, que fechava do outro lado, sozinho.

Mesmo com toda a pressão, o Caxias não fez. Daí, levou. Aos 25 minutos, Mossoró coroou a bela e rápida tabela colorada com um chute certeiro no canto superior esquerdo, sem chance para o goleiro Ricardo.

Antes do jogo iniciar, quando as duas equipes já estavam no gramado, o árbitro da partida, Leandro Vuaden, convocou os 22 atletas para o centro do gramado e, em nome da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), pediu aos jogadores que episódios de racismo, como o ocorrido entre o zagueiro do Juventude Antônio Carlos e o volante do Grêmio Jeovânio, em Caxias do Sul, não se repitam.

No entanto, a atitude elogiada pelo capitão colorado Fernandão causou revolta em um torcedor do Caxias, que invadiu o gramado, correndo em direção a Vuaden, o chamando de racista. Vuaden apitou a partida Juventude x Grêmio no último domingo, e denunciou a atitude de Antônio Carlos na súmula.

O técnico Abel Braga deixou o campo, no intervalo, insatisfeito com a postura do Inter.

– Poderia ter liquidado, erramos muito no último passe – afirmou o treinador.

A crítica surtiu efeito: aos três minutos da etapa complementar, Ceará cobrou lateral, na direita, cruzando para Iarley, que se aproveitou da falha coletiva da defesa do Caxias e chutou de primeira, para o fundo das redes do goleiro Ricardo. Esse chegou a tocar na bola, mas não evitou o gol que ampliava a vantagem do Inter.

Aos 17 minutos, o técnico do Inter Abel Braga sacou Tinga do time para a entrada de Edinho. Certamente, para poupar o "motorzinho colorado", assim como Fernandão que, mais tarde, deu lugar a Rentería. Mas a modificação não fez bem para o time, que passou a sofrer muitas investidas do Caxias e não concluía as poucas oportunidades que criava quando conseguia furar a forte marcação do adversário.

Já no time da casa, as modificações do técnico Abel Ribeiro funcionaram, aumentando a ofensividade. Fator que enaltece a grande atuação do goleiro Clemer que, novamente vestindo seu boné da sorte, fez belas e importantes defesas e assegurou a 14ª vitória consecutiva do Inter.

O jogo já se encaminhava para o final e todos já contavam com o 2 a 0, quando Fabinho recebeu um prêmio por seu oportunismo: o zagueiro Luciano fazia a saída de bola para o Caxias, quando chutou nas pernas de Fabinho, e a bola acabou entrando no gol, enganando o goleiro Ricardo. Muitos torcedores, tanto do Caxias quanto do Inter, não viram o gol porque já tinham deixando o Estádio Centenário.

Definido como o primeiro finalista do Gauchão 2006, com duas rodadas de antecedência, o Inter agora aguarda o seu adversário, que será Grêmio ou Juventude. Caso o Tricolor avance à decisão, os gaúchos finalmente poderão reviver todas as emoções de um dos clássico de maior rivalidade do Brasil.

MARIANE HAHN
 

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