O deputado Marwan Barghouthi, do Fatah, preso em Israel, pediu hoje à Autoridade Nacional Palestina (ANP) que não relacione a doença do primeiro-ministro israelense Ariel Sharon às eleições do dia 25. As eleições legislativas "são um assunto nacional do povo palestino", afirma Barghouthi, o político mais popular na Cisjordânia.

O chefe palestino das negociações com Israel, Saeb Erekat, declarou hoje que "não há perigo" de o pleito seja adiado. Ele contou que entrará em contato com representantes dos Estados Unidos para garantir a votação dos palestinos de Jerusalém dentro do perímetro da cidade.

Israel se opõe à realização do processo eleitoral dentro de Jerusalém oriental com o argumento de que, entre os partidos que concorrem às eleições, pela primeira vez estará o Movimento de resistência Islâmica (Hamas). A legenda não reconhece a legitimidade do Estado judeu e não pretende desarmar sua milícia.

No comunicado, Barghouthi destaca que o presidente Mahmoud Abbas só teria de adiar as eleições caso Israel proibisse a instalação de seções eleitorais no perímetro de Jerusalém oriental, onde moram mais de 230 mil palestinos.

O governo israelense, a cargo do primeiro-ministro interino Ehud Olmert devido aos problemas de saúde de Ariel Sharon, debaterá o assunto com emissários de Washington, que defende a votação palestina em Jerusalém.

A União Européia (UE) concorda com os EUA e alguns dos ministros do bloco europeu pretendem ir a Israel.

Por enquanto, as desordens e os seqüestros de estrangeiros parecem ter parado na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. Os atos ameaçavam a realização das eleições.

Alguns representantes do popular movimento Hamas responsabilizaram esta semana seus rivais governistas do Fatah de "organizar os distúrbios" para justificar o adiamento do pleito.

AGÊNCIA EFE