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 | 16/12/2005 11h03min

Organização Via Campesina protesta contra a OMC

Agricultores criticam representação de interesses de multinacionais

A organização Via Campesina, que representa as exigências de agricultores de todo o mundo, encenou hoje um protesto no Centro de Convenções de Hong Kong, onde se reúnem as delegações de 149 países da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Os agricultores, procedentes de diferentes países, interpretaram uma cena teatral na qual mostravam o diretor-geral da organização, Pascal Lamy, como um feiticeiro com uma caixa cheia de palavras vazias, mas sem nenhuma proposta que oferecer ao mundo em desenvolvimento.

Na inauguração desta conferência ministerial, na terça passada, Lamy disse que não tinha uma "varinha mágica" para saber que rumo iam a tomar as negociações.

Os agricultores criticam que a OMC represente unicamente os interesses das multinacionais dos países ricos.

– Estamos com os que lutam por seus direitos, com os que lutam contra esse paternalismo que os Estados Unidos e a União Européia tentam impor por meio de seus projetos de desenvolvimento – assegurou o ativista francês José Bové, um dos principais líderes da organização.

Bové foi detido em sua chegada ao aeroporto de Hong Kong na segunda-feira passada, e apenas a intervenção pessoal do próprio Lamy evitou que ele fosse expulso de Hong Kong.

Pela primeira vez, a Via Campesina decidiu fazer pressão tanto dentro quanto fora da conferência ministerial.

Seus líderes estão credenciados como representantes de ONGs e seus ativistas, procedentes de todos as partes do mundo, saem às ruas com os agricultores sul-coreanos e os sindicalistas locais para exigir "soberania alimentícia".

Entre suas reivindicações, o grupo assegura que o pacote de desenvolvimento que está sendo negociado está sujeito a muitíssimas condições, que servirão apenas para abrir ainda mais os mercados dos Estados mais pobres e para aumentar sua dívida.

Entre os manifestantes há mais de 1.500 agricultores sul-coreanos, que protagonizaram alguns atos de violência, como concentrações religiosas contra a abertura de seu mercado do arroz.

AGÊNCIA EFE
 

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