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 | 11/11/2005 12h43min

OMC aprova entrada da Arábia Saudita após 12 anos

País árabe será o 149º membro do organismo multilateral

O Conselho Geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) aprovou hoje a incorporação da Arábia Saudita. Com isso, no dia 11 de dezembro, o país árabe se tornará oficialmente o 149º membro do organismo multilateral. A aprovação permitirá que o maior exportador mundial de petróleo assista à Conferência Ministerial de Hong Kong, que será realizada de 13 a 18 de dezembro, em Hong Kong, como membro de pleno direito.

Há duas semanas, o grupo de trabalho da OMC que negociava a entrada da Arábia Saudita aceitou o documento de adesão deste país, com o qual superou o trâmite fundamental para concluir um processo que durou mais de 12 anos. Assim, o trâmite desta sexta foi quase uma formalidade, embora tenha permitido que os demais países felicitassem os sauditas que, com sua incorporação, "converte a OMC em uma real organização mundial de comércio", afirmou o diretor-geral, Pascal Lamy.

O ingresso da Arábia Saudita no organismo multilateral contribuirá para a abertura de uma economia de rápido crescimento, mas muito fechada ao Exterior. Além disso, é previsto que aumente a entrada de investimentos estrangeiros no país, fazendo com que a economia saudita diversifique suas fontes de ingressos, até agora muito restritas ao âmbito do petróleo.

Entre as condições impostas pela Arábia Saudita para entrar na OMC está a proibição de que entrem no país produtos alcoólicos, drogas e derivados de porco, segundo o que está detalhado no documento de adesão.

Ao mesmo tempo, serão favorecidos os investimentos no estrangeiro por parte das empresas do reino, em especial no setor petroquímico. Além disso, os sauditas se comprometeram a colaborar no desenvolvimento dos países menos industrializados, avançar para um sistema de comércio multilateral mais justo e eqüitativo e tentar obter êxitos na reunião de Hong Kong.

O processo de entrada da Arábia Sautita na OMC é o segundo maior da História do organismo, depois do da China, que durou 14 anos.

Segundo as normas da OMC, os países que desejam se unir à organização devem acertar com seus parceiros comerciais a supressão de taxas alfandegárias e acesso ao mercado local.

Uma vez dentro do organismo, todos os países membros podem manter comércio com o restante das nações sem nenhum tipo de entrave. No entanto, existe a possibilidade de que, no momento da ratificação por parte do Conselho Geral, o país entrante expresse sua intenção de não manter negociações com algum dos países.

Embora a Arábia Saudita pudesse ter adotado essa medida em relação a Israel, um país que não reconhece e com quem mantém um boicote comercial, seus representantes decidiram não utilizar esse recurso. Nesse sentido, o príncipe saudita Abdulaziz Bin Salman Al-Saud, vice-ministro de Assuntos Petrolíferos, afirmou à imprensa que ambos os países "vão estar sentados à mesma mesa, mas isso não quer dizer nada".

AGÊNCIA EFE

 

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