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 | 12/09/2001 17h21min

Seqüestro tupiniquim terminou mais tranqüilo

A idéia de seqüestrar um avião e jogá-lo contra o centro do poder, como na tragédia de terça-feira, não é exclusividade americana. Em 29 de setembro de 1988, o maranhense Raimundo Nonato Alves da Conceição, tratorista desempregado, decidiu se vingar no seu conterrâneo José Sarney, então presidente do Brasil. Para Nonato, Sarney era o culpado pelo seu desemprego. Nonato embarcou no vôo 375 da Vasp em Belo Horizonte. Destino, Rio de Janeiro. Com 98 passageiros e sete tripulantes a bordo, o desempregado apontou um revólver para o piloto e desviou a rota para Brasília. Seu objetivo era jogá-lo contra o Planalto. Para não deixar dúvidas, foi logo atirando – e matando – o co-piloto Salvador Evangelista, de 34 anos. O Boeing 737 até aproximou-se da Praça dos Três Poderes, sede das instituições de Brasília, mas a habilidade do piloto Fernando Murilo de Lima e Silva evitou o pior. Murilo convenceu o seqüestrador de que não havia condições visuais para o ataque e desviou o avião para Goiânia. Temendo pelo pior, fez piruetas no ar até que Nonato perdesse o equilíbrio e caísse, perdendo a arma. Depois do pouso na capital de Goiás, mais uma perseguição, já em terra, até que Nonato foi baleado. Internado em estado estável, três dias depois o seqüestrador morreu de uma suposta infecção generalizada. Os médicos não deram atestado de óbito, mas o legista Badan Palhares, contratado logo em seguida, atestou a causa mortis. A história completa do atentado tupiniquim está no livro Caixa-Preta, de Ivan Sant'Anna (ed. Objetiva, 328 págs).

 
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