Geral | 27/02/2014 18h39min
A Comissão Nacional da Verdade (CNV) disse nesta quinta-feira que o então tenente Antônio Fernando Hughes de Carvalho assassinou o ex-deputado Rubens Paiva. As informações são do jornal O Globo.
Em depoimento à comissão nesta semana no Rio, o coronel da reserva Armando Avólio Filho, ex-integrante do Pelotão de Investigações Criminais da Polícia do Exército (PIC-PE), revelou ter visto, por uma porta entreaberta, em janeiro de 1971, Hughes de Carvalho pulando sobre o corpo do ex-deputado.
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Durante a coletiva desta quinta-feira, no entanto, a comissão não revelou a identidade do depoente, citando-o apenas como "agente Y". O motivo, de acordo com a reportagem, foi um compromisso assumido com ele.
Hughes — que já morreu — era um oficial egresso do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR). Ele foi descrito no depoimento de Avólio como um “militar loiro”.
Documentos obtidos no banco de dados digital do projeto Brasil Nunca Mais confirmam que Hughes participava de ações da repressão contra a esquerda armada atuando em parceria com militares do Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica (Cisa). Por conta desse envolvimento, segundo O Globo, ele ganhou em 1971 a Medalha do Pacificador, distinção dada a militares posteriormente acusados de tortura.
Paiva foi preso em casa, no Leblon, dia 20 de janeiro de 1971, por uma equipe do Cisa, e desde então é considerado desaparecido. A data, segundo o depoimento, coincide com a cena do espancamento.
Avólio, que também era tenente, disse que, logo após testemunhá-la, chamou seu chefe imediato, o então major Ronald José Baptista de Leão, e levou o caso ao comandante do DOI, o também major José Antônio Nogueira Belham, e ao comandante da Polícia do Exército, coronel Ney Fernandes Antunes. Em carta à CNV, Leão confirmou o episódio.
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