Política | 24/08/2013 12h20min
Em perfil publicado neste sábado, pelo jornal norte-americano The New York Times, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, afirmou que seu temperamento não se adapta à política e descartou qualquer candidatura.
— Eu tenho um temperamento que não se adapta bem à política. Isso porque eu falo o que eu penso. Não sou candidato a nada — disse Barbosa, personagem do "Saturday Profile" ("perfil de sábado") do NYT.
Barbosa é retratado no perfil como alguém direto, sem tato, mas que não tem medo de enfrentar o status quo brasileiro. A reportagem também mostra que ações recentes de Barbosa envolvendo o julgamento do mensalão, além de outros casos que passaram pelo tribunal, tornaram o ministro do Supremo objeto de fascínio popular.
Ainda assim, na entrevista concedida ao correspondente da publicação no Brasil, Simon Romero, Barbosa afirmou que seu temperamento não é o mais adequado para o jogo político.
Com relação à recente acusação que fez ao colega de STF, Ricardo Lewandowski, de que o magistrado estaria fazendo "chicana", Barbosa não se desculpou, segundo o NYT. Ele disse à publicação que alguma tensão é necessária para o tribunal funcionar corretamente.
— Sempre foi assim — declarou.
Segundo Barbosa, o que mudou é que os argumentos são acompanhados com facilidade pelo fato de os trabalhos do tribunal serem televisionados. O jornal fez também uma ligação entre o trabalho do STF e a onda de protestos que tomou o País.
Barbosa explicou que discorda da violência de alguns manifestantes, mas disse acreditar que os movimentos de rua são "um sinal de exuberância da democracia. As pessoas não querem ficar passivas e observar esses arranjos da elite, o que sempre foi a tradição brasileira."
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