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Bush volta a defender direito de autodefesa de Israel

Governo da Síria nega qualquer participação em atentados palestinos

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, repetiu nesta terça, dia 7, que o primeiro-ministro Ariel Sharon tem o direito de defender Israel, mesmo depois de Sharon prometer atacar seus inimigos onde quer que seja.

Animado pelo apoio norte-americano, Sharon declarou que Israel vai combater seus inimigos "em qualquer lugar e de qualquer maneira". Israel já começou a colocar essa doutrina em prática, bombardeando um suposto campo de treinamento de militantes palestinos em território sírio, no fim de semana.

– As decisões que ele toma para defender o seu povo são válidas. Nós estaríamos fazendo o mesmo – disse Bush a jornalistas.

O plano de paz de Bush para o Oriente Médio está ameaçado pelo recrudescimento da violência na região. Na segunda, após o ataque israelense à Síria, Bush disse que Israel "não deve se sentir tolhido" na sua autodefesa.

Nesta terça, Bush modificou ligeiramente o conteúdo das suas declarações, ao enfatizar que "é importante que o primeiro-ministro [Sharon] evite uma escalada".

– Este país vai defender o nosso povo. Mas também temos em mente, como deve ter o primeiro-ministro, que quando tomamos decisões compreendemos plenamente suas consequências – afirmou Bush.

Os Estados Unidos, que iniciaram duas guerras nos últimos dois anos (no Afeganistão e no Iraque), acusam a Síria de patrocinar o terrorismo internacional e de permitir que militantes penetrem no Iraque para combater as tropas norte-americanas.

A Síria nega envolvimento nos atentados palestinos e também afirma que não patrocina o terrorismo. O presidente sírio, Bashar Al Assad, acusou Israel de tentar atrair a Síria e o restante do Oriente Médio para o conflito com os palestinos.

– Estamos em contato com todas as partes na região, continuamos a pedir a elas que não tomem medidas que representem uma escalada da situação e que evitem aumentar a tensão na região – afirmou o porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan.

A situação se agravou com um atentado suicida no sábado, em que uma militante da Cisjordânia provocou 19 mortes em um restaurante na cidade portuária israelense de Haifa.

Devido a esse atentado, não se sabe se o governo Bush vai continuar pressionando Sharon para modificar o traçado de um muro que está sendo erguido por Israel junto à Cisjordânia, com o objetivo de impedir a entrada de militantes violentos. Os palestinos comparam essa obra ao Muro de Berlim.

Uma importante fonte do governo Bush disse que a questão ainda está sendo discutida com os israelenses e que "nada foi decidido" à respeito da possível redução de U$ 9 bilhões nas garantias de empréstimos anteriormente concedidas pelos EUA a Israel. O corte seria uma represália pela construção do muro.

A Casa Branca está novamente pressionando um líder palestino, no caso o novo premiê, Ahmed Qurie, a reprimir os militantes responsáveis pelos atentados. Qurie já disse que teme que isso desencadeie uma guerra civil. As informações são da agência Reuters.

 
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