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Geral  | 25/07/2013 12h46min

Papa transforma catedral carioca em reduto argentino

Encontro com os argentinos foi um pedido do próprio Pontífice

Atualizada às 17h40min Itamar Melo, enviado ao Rio de Janeiro  |  itamar.melo@zerohora.com.br

O espanhol tornou-se o idioma oficial no entorno da Catedral do Rio de Janeiro, onde milhares de argentinos aguardam desde a noite de ontem, debaixo de chuva, para um encontro exclusivo com o papa no começo desta tarde. Eles cantam, dançam, pulam, tocam tambores e agitam bandeiras de seu país enquanto esperam para ver Francisco.

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A fila quilométrica, que serpenteava pelas ruas ao redor do templo, começou a andar pouco antes do meio-dia, quando os portões de acesso foram abertos. Apenas cinco mil vão entrar, depois de comprovar a nacionalidade exibindo a credencial da Jornada Mundial da Juventude. Há cerca de 20 mil argentinos participando do evento, o maior contingente estrrangeiro.

O estudante de Mendoza Fabio Bozzo, 19 anos, teve de percorrer 70 quilômetros desde Guaratiba, onde está hospedado na casa de uma família brasileira, para entrar na catedral. Ele iniciou às jornada às 3h, chegou às 6h e conseguiu um bom lugar na fila. Vestia uma camiseta da seleção de seu país, que pretende retirar e agitar quando estiver na presença do pontífice.

— A verdade é que nós nos sentimos privilegiados por ter um encontro exclusivo com o papa. A alegria é grande - diz o rapaz, que já esteve ao pé de Francisco na segunda-feira, quando ele circulou de papamóvel no centro do Rio.

A maior parte dos argentinos que foi ao local, contudo, ficou do lado de fora por falta de lugares na catedral. Mesmo assim, fazem uma algazarra ensurdecedora na região, vizinha à Lapa, e mantêm a esperança de ver o papa. Guido Nogar, 17 anos, percorreu 6 mil quilômetros desde a Terra do Fogo, no extremo sul do continente, e ainda não viu Francisco.

— Chegamos às 7h e a fila já estava muito grande. Mas tenho esperança de que ele vai passar por aqui ou que vai aparecer para dar a bênção. É um orgulho ter um papa argentino e torcedor do mesmo time que eu - afirmou.

Adepto do San Lorenzo como Francisco, Nogar foi fardado e com uma bandeira do clube, com a qual espera chamar a atenção do papa. O amigo Matías Finocchio, 17 anos, torcedor do River Plate, zombava da escolha clubística de Nogar e do Pontífice:

— Pobre papa, sofre muito.

Apesar de ter o acesso barrado, alguns brasileiros também se infiltraram nas imediações da catedral, como Márcia Martins, 45 anos, de Morro Agudo (SP).

— Sei que não tem como brasileiro entrar, mas sinto paixão por ele e vim para ver o que acontece. A gente sabe que o papa é imprevisível. De repente ele aparece aqui - diz Márcia.

O encontro com os argentinos foi um pedido de última hora, feito pelo própria Francisco.

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