Geral | 25/07/2013 05h02min
Assim como ocorreu na Copa das Confederações, o gasto na visita do papa Francisco ao Brasil é alvo de protestos. Após manifestações próximo ao Palácio Guanabara, no Rio, na segunda-feira, e em frente à Catedral da Sé, em São Paulo, na terça, um novo ato foi convocado pela internet para esta sexta-feira, em Copacabana, durante a Via Sacra.
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O presidente da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (Atea), Daniel Sottomaior, critica o gasto para a recepção do Papa no Palácio Guanabara, o uso de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) para o transporte de papamóveis e os feriados decretados pela prefeitura do Rio por causa da visita do Pontífice.
O arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, diz que os governos costumam aplicar recursos em eventos esportivos, culturais e de diversão, e também em situações sociais. Portanto, segundo ele, a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) não é diferente. Para o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, o investimento público com a visita não é elevado, uma vez que o Papa se trata de um chefe de Estado.
Juntos, governos federal, estadual e prefeitura do Rio gastarão R$ 118 milhões em logística, mobilidade, segurança pública e comunicação. A Igreja deve gastar em torno de R$ 350 milhões.
DINHEIRO QUE SAI
— Segurança
O governo federal entra com R$ 30 milhões para a segurança da JMJ. Estado e município darão R$ 28 milhões cada. O efetivo é de 10,7 mil homens, sendo 9 mil das Forças Armadas e 1,7 mil da Força Nacional. Só em Guaratiba, durante a vigília e a missa campal, atuarão 1,5 mil homens da Força Nacional. O Vaticano contratou 2 mil seguranças privados, mas o valor da contratação não foi divulgado.
— Papamóveis
O Vaticano mandou para o Brasil dois papamóveis, para a eventualidade de um deles quebrar. Os veículos têm de acompanhar o Papa em toda parte. Para transportá-los do Rio a Aparecida, foi usado um avião Hércules da Força Aérea Brasileira (FAB). O custo, coberto pelo governo federal, foi de R$ 1 milhão.
— Recepção
O valor estimado da recepção ao Pontífice no Palácio Guanabara, terça-feira, é de R$ 850 mil, bancado pelo governo estadual.
— Montagem
Cabe à Igreja bancar a estrutura do evento e a hospedagem de peregrinos. A organização da JMJ no Rio estima que o custo total fique entre R$ 320 e R$ 350 milhões. Cerca de 70% serão viabilizados por contribuições dos peregrinos (de R$ 106 a R$ 600 cada).
DINHEIRO QUE ENTRA
— Empregos
Os organizadores da JMJ estimam que o evento gere mais de 20 mil empregos diretos.
— Comércio
O economista Daniel Plá, professor de varejo da Fundação Getulio Vargas, estima que o gasto médio por peregrino gira em torno de R$ 20 a R$ 50 por dia, mas o volume de pessoas compensa. Considerando pelo menos 400 mil peregrinos, Plá calcula que o movimento no comércio possa atingir R$ 120 milhões durante o evento. Artigos religiosos, camisetas, bonés e chaveiros com a imagem do Papa, lembranças do Rio de Janeiro, sandálias de dedo e cachaça brasileira devem ser os artigos mais vendidos.
— Alimentação
Na parte de alimentação, é grande a procura por estabelecimentos do tipo fast food ou a quilo, nos quais formam-se grandes filas, com os clientes aguardando, às vezes, na calçada. Um restaurante em Copacabana, por exemplo, registrou em um dia faturamento equivalente ao de uma semana inteira.
— Estimativa
Os organizadores calculam que a Jornada terá um impacto de R$ 500 milhões para a economia brasileira, sem contar o impulso turístico na imagem do Rio e do Brasil no mundo.
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