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Geral  | 24/07/2013 20h07min

"Só sei que era algo simples. E tinha suco", diz seminarista sobre o almoço com o Papa

Donizete é um dos 10 jovens do Seminário Bom Jesus, onde Francisco almoçou nesta quarta

Atualizada às 20h07min Itamar Melo  |  itamar.melo@zerohora.com.br

Por mais que force a memória, o seminarista Reginaldo Salomão Donizete, 21 anos, não consegue lembrar o que almoçou ontem. Não é de espantar. Ele fez a refeição sob forte emoção, de frente para o Papa, a uma distância de dois ou três metros do Pontífice.

— Nem prestei atenção na comida. Só sei que era algo simples. E tinha suco — conta o rapaz.

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Donizete é um dos 10 seminaristas do Seminário Bom Jesus, onde Francisco almoçou depois da missa em Aparecida (SP). O papa passou duas horas no local. Chegou às 13h30min, no papamóvel, e encontrou o pequeno grupo de cardeais, bispos e seminaristas na porta de entrada do imponente edifício de três pavimentos. Fez questão de cumprimentar um por um.

— Ele deu atenção a todos que estavam ali. Conversou e tirou fotos com funcionários, garçons e até policiais da segurança dele, o que fez a recepção demorar mais do que estava previsto. Quando apertou minha mão, pedi a bênção, e ele me abençoou em italiano. Foi o momento mais especial — conta Donizete.

Em seguida, o Papa benzeu uma estátua de 1,6 tonelada de Frei Galvão, que será colocada junto ao santuário dedicado ao primeiro santo brasileiro, em Guaratinguetá.

O almoço ocorreu no refeitório do primeiro pavimento do seminário. Francisco sentou ao centro de uma mesa em forma de meia lua, ladeado por bispos e cardeais. Diante dele foram postas outras três mesas menores. Donizete estava na primeira, frente a frente com o papa.

— Ele fez orações de agradecimento antes e depois do almoço. Conversou bastante e riu muito. Esteve sempre alegre. Por educação, procurei não olhar muito. No fim, o papa pediu para chamar os cozinheiros, porque eram os únicos que não tinha visto, e os cumprimentou — relata o seminarista.

Terminado o almoço, Francisco reuniu-se, no jardim, com um grupo de 60 religiosas que levam vida reclusa. Depois, subiu ao segundo andar, onde estavam reservados para ele os mesmos aposentos que abrigaram Bento XVI em 2007. Ali o esperavam pilhas de presentes enviados por brasileiros de todas as regiões.

O almoço foi o segundo encontro do seminarista com o papa. Pela manhã, durante a missa na basílica, o futuro sacerdote ajoelhou-se diante de Francisco para que o pontífice colocasse incenso no turíbulo de que estava encarregado.

Terminada a missa, Donizete e os outros seminaristas saíram apressados do templo, para chegar ao seminário antes do papa e poder fazer-lhe as boas-vindas. Enquanto Francisco falava ao povo da tribuna da basílica, os jovens driblavam os bloqueios feitos por todo o centro da cidade para permitir a passagem do papamóvel. Conseguiram chegar cinco minutos antes do papa, molhados de chuva. Donizete recebeu o papa trajando um terno negro que alugara na véspera, em Guaratinguetá, por R$ 50. 

— Esse encontro foi um momento de graça e alegria. Senti no papa a presença e a graça do próprio Cristo. É um momento que fortalece a minha vocação — contou o rapaz.

Interno no Seminário Bom Jesus há seis anos e meio, Donizete já teve a chance de conviver com Bento XVI em 2007, durante os três dias em que o papa emérito hospedou-se no local.Na época, tinha 14 anos e era um dos três seminaristas do Bom Jesus.

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