O Mercado Público não só é um prédio histórico, como também guardava parte da história de outros monumentos da Capital. A coordenadora do projeto Monumenta, Briane Bicca, estima que mais de mil fotos históricas de Porto Alegre foram queimadas no incêndio de sábado.

— Estamos levantando quem tem esses registros em outros órgãos para tentar recuperar esse arquivo — diz.

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Desde junho de 2002, o Monumenta realizou 37 ações, sendo 28 de restauro de monumentos da Capital, como o Palácio Piratini, a Biblioteca Pública, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul, a Igreja Nossa Senhora das Dores e outros.

O registro documental e fotográfico dessas obras estava na sala onde funcionava o escritório do projeto, no segundo andar do Mercado. Enquanto a Procempa faz o levantamento dos backups digitais, um arquivo de ferro, que resistiu às chamas, também é esperança para recuperar parte dos relatórios, que estavam sendo finalizados para a conclusão do projeto, neste mês de julho.

Órgãos federais e estaduais, outras secretarias do município, estão sendo contatados para reunir arquivos. Um livro foi produzido com o registro dos restauros, o que também ajudará a recompor essa memória. Antes de começar a juntar esses documentos, no entanto, é preciso reestruturar o departamento, que teve a sede destruída. Provisoriamente, a equipe será abrigada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Criado em novembro de 2010 com o objetivo de subsidiar a tomada de decisões referentes à política cultural do município, o Observatório da Cultura de Porto Alegre estava instalado junto ao Memorial do Mercado Público. O espaço será transferido para a sede da SMC, na avenida Independência, 453.

A Sala 10 dos Altos do Mercado Público (quadrante da Praça Parobé), onde o Conselho do Orçamento Participativo (COP) se reunia quinzenalmente, passou por reforma em maio e também foi atingido pelo incêndio. No dia 9, o COP se reunirá no auditório da Secretaria Municipal de Administração.