Geral | 07/07/2013 20h19min
A prefeitura de Porto Alegre planeja reabrir o Mercado Público dentro de poucos dias. A intenção é liberar o quanto antes o pavimento inferior, praticamente intocado pelo incêndio, e manter o segundo piso isolado para as obras de recuperação.
A definição sobre o reinício das operações depende de laudos sobre o impacto das chamas na estrutura do prédio, na cobertura metálica e na instalação elétrica — mas avaliações preliminares apontaram que não há indícios de comprometimento.
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O secretário municipal de Obras e Viação, Mauro Zacher, avalia que a reabertura parcial ocorrerá neste mês, permitindo o retorno de grande parte das mil pessoas que trabalham no local:
— A perspectiva é abrir o térreo com urgência, em questão de dias, e não de algumas semanas — diz ele.
O quesito que mais preocupa são as instalações elétricas. O prédio tem uma subestação própria, nas imediações do setor que foi atingido pelo fogo.
Os técnicos que estiveram no local neste domingo acreditam que ela não foi afetada, mas a CEEE fará nesta segunda-feira uma análise meticulosa. Se o equipamento estiver em condições de uso, redes emergenciais serão instaladas para atender às bancas do térreo — as redes existentes só podem ser utilizadas depois de apresentados os laudos periciais. Caso a subestação tenha sido comprometida, a prefeitura se mobiliza para instalar geradores provisórios.
Antecipando a reabertura, funcionários já trabalhavam neste domingo no isolamento do segundo piso e na colocação de tapumes onde o telhado cedeu.
Ainda não há clareza sobre custo e prazo da reconstrução das áreas atingidas, o que só será possível avaliar a partir dos laudos sobre a extensão dos danos. No entanto, a prefeitura dá como certo que o Mercado estará reentregue em sua totalidade muito antes da Copa do Mundo — o Largo Glênio Peres, localizado diante do edifício, será palco de eventos da Fifa.
Essa convicção formou-se neste domingo, depois que autoridades municipais e técnicos da Secretaria Municipal de Obras e Viação (Smov) vistoriaram o local. Preocupado com a cobertura metálica, o coordenador do Mercado, Ivair Maynart, teve um alívio ao vê-la de perto. As chapas estavam retas e os ângulos, certos. Não havia metal retorcido. A parte destruída correspondia ao telhado periférico, com telhas de barro e madeirame - que terão de ser substituídos. Na área mais atingida, os danos foram principalmente de mobiliário, portas e janelas. Também será necessário renovar os rebocos.
— A estrutura é muito boa. As paredes são fantásticas, com dois palmos de largura. Não acredito que se tenha de fazer tanta coisa para a reconstrução — afirma Maynart.
Projeto de restauração
Há a expectativa de realizar a recuperação ao longo do segundo semestre. Nesta segunda-feira, os técnicos Smov começam a elaborar um termo de referência para contratar o projeto de restauração. Na fase seguinte, será selecionada uma empresa para executar a obra.
A visão da presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em relação aos prazos, no entanto, não é tão otimista. Segundo Jurema Machado, dificilmente a restauração com recursos da União começaria antes de 2014, pela necessidade de "obras de rescaldo", como limpeza, avaliação de riscos e elaboração de projetos.
Maynart diz que, garantidos os recursos federais, a prefeitura poderia usar outras verbas para tocar os reparos, enquanto o dinheiro de Brasília não chega. Neste domingo, o prefeito José Fortunati lembrou que há R$ 5 milhões disponíveis do Fundo do Mercado Público, utilizáveis em caso de emergência. Além disso, o seguro contra incêndio feito pela Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio prevê uma indenização de R$ 1,5 milhão.
ZERO HORA
Funcionários trabalhavam neste domingo no isolamento do segundo piso e na colocação de tapumes
Foto:
Jefferson Botega
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Agencia RBS
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