Polícia | 10/05/2013 00h35min
Como parte de uma mobilização sincronizada das 27 polícias civis do Brasil, 149 pessoas foram presas nesta quinta-feira no Rio Grande do Sul. As prisões — por crimes como tráfico de drogas, homicídio, roubo e abigeato — foram realizadas em todas as regiões do Estado, por meio de 16 operações distintas. No Brasil, pelo menos 1.179 suspeitos foram detidos.
O delegado Ranolfo Vieira Júnior, chefe da Polícia Civil, informou que a operação nacional — batizada de PC 27 — foi montada para marcar os 205 anos da criação da primeira polícia civil do Brasil, ocorrida em 10 de maio de 1808, no Rio de Janeiro. Conforme o chefe de polícia, foi a primeira vez que se realizou uma mobilização do gênero alusiva à data. A decisão de fazê-la foi tomada no dia 10 de abril, em reunião do Conselho Nacional de Chefes de Polícia, à época presidido pelo próprio Ranolfo.
O delegado gaúcho insistiu, em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira, que o foco foi colocar em evidência a missão constitucional de investigação das polícias — os presos são pessoas contra as quais haviam mandados judiciais expedidos a partir de investigações policiais.
Opinião
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No Paraná, onde haviam sido presos 90 até o meio da tarde, a Polícia Civil associou a PC 27 à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 37, que limita os poderes de investigação do Ministério Público. A proposta, em tramitação no Congresso, vem sendo chamada de PEC da Impunidade, o que causa descontentamento entre os policiais e teria motivado a demonstração desta quinta. O delegado Ranolfo, no entanto, desautorizou essa interpretação:
— Não quero vincular isso à PEC 37. Fiquem absolutamente tranquilos, que aqui no Rio Grande do Sul não tem nenhuma relação, nem deve ter — disse ele.
No Estado, as operações mobilizaram 777 policiais, o equivalente a 15% do efetivo. Nos vales do Sinos, Caí e Paranhana, a polícia desarticulou, após cinco meses de investigação, uma quadrilha que comandava o tráfico de drogas em Campo Bom. Os 150 agentes envolvidos prenderam 11 pessoas. Com os suspeitos, foram encontradas cinco armas, drogas, dinheiro, celulares, uma balança de precisão, um carro, celulares e munição.
— Essa quadrilha dividiu Campo Bom em vários bairros, onde exerciam o controle do bairro. Eles tinham na cidade o tribunal do crime, onde providenciavam a justiça com tiros e até mortes de adversários — afirmou o responsável pela operação, delegado Cléber Lima, da Delegacia de Polícia de Campo Bom, referindo-se ao bando que agia no Vale do Sinos.
ZERO HORA
Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, foi uma das cidades onde ocorreram as prisões
Foto:
Charles Dias
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