Geral | 12/03/2013 17h51min
Sensível a questão da ordenação de homens casados, favorável a maior participação das mulheres na Igreja Católica e inclinado a adotar a adotar o nome de Paulo VII ou algum outro que seja composto e tenha Paulo.
É esse o perfil de dom Odilo Scherer na opinião de Flávio Scherer, irmão de dom Odilo, e do padre Antônio Aparecido Pereira, vigário episcopal para as comunicações na cúria paulistana, que trabalha muito próximo do religioso.
— Ele certamente olharia com carinho a possibilidade de homens casados serem ordenados e de mulheres terem mais espaço, não a ponto de serem ordenadas. Também seria um papa próximo do povo. Ele gosta de rezar missa em igrejas pequenas, gosta de ir ao encontro dos leigos, a quem certamente daria mais espaço — analisa padre Antônio.
Sobre a suposição de adoção do nome Paulo, padre Antônio diz que, na expectativa de ser eleito papa, dom Odilo estaria inclinado a adotar o nome de Paulo VII porque é arcebispo de São Paulo e poderia homenagear o nome da cidade que lhe deu projeção. O motivo alegado pelo irmão é que Dom Odilo é devoto de São Paulo. Aos risos, Scherer falou sobre preferências clubísticas do irmão ilustre:
— Eu não queria dizer, mas ele é são-paulino, e esse seria um outro motivo mais de brincadeira, é claro. E vou te dizer, então: no Rio Grande do Sul, ele é colorado. Mas não espalha.
Choro, devoção e missa especial
Nesta terça-feira, em São Paulo, foi um dia de céu azul, sol forte e muita emoção na área contígua entre a Catedral da Sé e a Praça da Sé. Era meio dia quando uma missa de 50 minutos foi toda celebrada para o conclave em geral e para dom Odilo em especial.
O bispo dom Sérgio de Deus Borges, que celebrava a missa, citou o "momento tão bonito de escolha do santo padre" e procurou demonstrar isenção quanto ao conclave. Uma fiel convidada a subir no púlpito foi mais específica.
— Que o Senhor acompanhe nosso arcebispo e cardeal — disse ela.
Eram cerca de 200 pessoas dentro da Igreja e outras dezenas na praça, onde, entre meninos de rua e vendedores ambulantes, alguns homens de idade conversavam e preparavam uma aposta sobre quem seria o indicado pela fumaça branca do Vaticano.
Entre seguidas genuflexões, na terceira fila da igreja, a pedagoga Francisca Morais, 40 anos, explicava seu choro.
— Chorei porque é um momento histórico na Igreja. E rezei muito por dom Odilo. Não para que ele seja eleito, mas para que seja feita a vontade de Deus — emocionou-se Francisca.
O radialista Laércio Silva, que dificilmente comparece à missa do meio-dia, rezava para dom Odilo ser eleito. Assumia a torcida:
— Seria muito importante, não só para o Brasil, mas para toda a América Latina.
O franciscano Félix Cativo de Jesus Hóstia, 23 anos, acompanhado de dois irmãos de formação, comentou:
— Viemos aqui pela ocasião do conclave, mas queremos que se faça a vontade de Deus. Será uma felicidade se for o nosso pastor (dom Odilo).
A mesma expectativa da Sé existe com força na cúria, em Higienópolis, e na residência do arcebispo, na Luz. Todos, explícita ou veladamente, rezam para ter o pastor gaúcho do arcebispado paulistano como papa de todos os católicos.
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Foto:
VINCENZO PINTO
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AFP
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