Polícia | 07/11/2012 22h35min
A ideia é clara, asfixiar o principal sustentáculo econômico do PCC, o tráfico de drogas. Para isso, a Polícia Militar paulista ocupou nesta quarta-feira mais três importantes regiões da Capital e Grande São Paulo. A chamada Operação Saturação colocou policiais em Parada de Taipas, na zona norte da capital, Santa Inês, na zona leste e Guarulhos, na Região Metropolitana.
Os três pontos receberam o reforço de 400 policiais. O objetivo declarado da ação é conter a onda de homicídios de civis e execuções de PMs, numa ação que não tem data para acabar. A verdadeira meta é quebrar financeiramente o PCC e minar sua credibilidade. Afinal, a presença ostensiva de policiais inibe a desenvoltura dos criminosos.
Os PMs armam blitze, revistam atentamente carros, ocupam bares, buscam criminosos. Mexem com o cotidiano dessas comunidades, em resumo. Antes disso, a PM já tinha ocupado a grande favela de Paraisópolis, na zona sul da capital paulista. Foi em 29 de outubro. Desde então, os policiais prenderam 36 pessoas ali e capturaram 11 foragidos nessa comunidade. Em outra favela, Brasilândia, na zona leste, a ocupação foi feita pela Polícia Civil, que tem agido de comum acordo com a PM. Só este ano 90 PMs, dois policiais civis e três agentes penitenciários paulistas foram mortos.
A onda de assassinatos forçou o governo federal e o Estado de São Paulo a traçarem metas conjuntas. Ficou acertado, em reunião entre representantes do Ministério da Justiça e da Secretaria da Segurança Pública paulista, a criação de uma agência para integrar setores de inteligência das polícias estaduais e federais, Secretaria Nacional de Segurança Pública, Receita e Secretaria da Fazenda.
A reunião, realizada terça-feira, também acertou mais ações de fiscalização em pontos críticos das fronteiras do Estado (em rodovias, no porto de Santos e em aeroportos). O objetivo é impedir entrada de armas no país.
Por fim, ficou prometida a remoção de presos paulistas para penitenciárias federais de outros Estados. O primeiro, para Porto Velho (RO), deve ser Francisco Antonio Cesário da Silva, o Piauí, chefe do PCC na favela Paraisópolis e surpreendido, ordenando ao telefone a morte de PMs. Ele teve a transferência autorizada pela Justiça.
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