Mariana Müller  |  mariana.muller@zerohora.com.br

Os limites entre a liberdade de expressão e a invasão de privacidade foram discutidos na sexta-feira, o primeiro dia de debates da 68ª Assembleia da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), em São Paulo.

A atriz Regina Duarte abriu a mesa do seminário, mediado pela jornalista Patrícia Kogut, do jornal O Globo, questionando a atividade dos paparazzi, mas defendendo a livre circulação de informações.

— É melhor conviver com os defeitos da liberdade de imprensa do que passar um dia sem ela — disse a atriz.

O superintendente editorial da revista Caras, Edgardo Martolio, reforçou que é difícil estabelecer uma única regra sobre invasão de privacidade, principalmente em casos que envolvem pessoas famosas. Para Martolio, é o posicionamento do próprio artista que define sua relação com a imprensa e prováveis desentendimentos.

— Se fotografar, o famoso protesta; se não fotografar, ele reclama — resumiu.

A pesquisadora e professora do Poynter Intitute, Ellyn Angelotti, e a advogada Taís Gasparian completaram a mesa. Para Ellyn, a ética é o que deve nortear esse debate no jornalismo, principalmente no momento em que as redes sociais facilitam a produção de conteúdos. Já Taís reforçou a importância de se lembrar que, no Brasil, as discussões sobre uma determinada publicação só podem ser feitas depois que o material já foi veiculado, pois impedir conteúdos, sejam eles quais forem, caracterizaria censura.

O evento:

Até terça-feira, a 68ª Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) ocorre no Hotel Renaissance, em São Paulo

- O evento apresentará debates e painéis sobre o presente e o futuro do jornalismo no continente americano

- Para este domingo estão previstos os painéis Crime organizado e cobertura jornalística e as Manobras contra a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e Relatoria (CIDH)

- Mais informações sobre o evento no site www.sipsaopaulo.com.br

A entidade: a SIP é uma organização sem fins lucrativos que se dedica a defender a liberdade de expressão e de imprensa nas Américas, principalmente quando esses princípios são ameaçados. Reúne mais de 1,3 mil empresas do setor de comunicação.

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