Política | 04/08/2012 10h58min
Numa tentativa de garantir o voto do ministro Cezar Peluso no processo do Mensalão, o Supremo Tribunal Federal (STF) pode alterar o cronograma e ampliar o número de sessões de votação do julgamento.
Conforme reportagem do jornal Folha de S. Paulo, os ministros estariam dispostos a mudanças para ter a participação de Peluso antes de sua aposentadoria compulsória, prevista para setembro, quando completa 70 anos.
Uma das ideias seria a de convocação de sessões pela manhã. Pelo calendário original, serão realizadas oito sessões de votação em agosto. Como o relator e o revisor Ricardo Lewandowski podem usar quatro sessões cada um para votar, qualquer atraso põe em risco o voto de Peluso antes de sua aposentadoria.
A presença do ministro é considerada fundamental, já que Peluso é tido por colegas como o mais preparado na área penal entre todos os 11 integrantes, podendo resolver dúvidas que surgirem durante a análise de provas caso haja contestações do voto.
Outra alternativa seria a de o Supremo aumentar o número de sessões de três para quatro por semana a partir de 15 de agosto, quando começa o voto do relator Joaquim Barbosa.
Enquanto isso, a estratégia dos advogados dos réus é exatamente contrária, ou seja, eles querem atrasar o julgamento, tendo como um dos objetivos evitar a presença de Peluso. O temor é pelo voto dele contra os envolvidos. Outra meta dos defensores seria a de impedir condenações antes do primeiro turno das eleições municipais, arrastando as decisões da ação para outubro.
A tática da defesa, que foi colocada em prática já no primeiro dia, levou colegas do presidente, Carlos Ayres Britto, a sugerir, durante o intervalo da sessão de anteontem, que ele fosse mais "enérgico". Ministros entendem que o presidente tem que ser mais enérgico para evitar discussões como as do primeiro dia.
Ministros também teriam avaliado que Joaquim Barbosa foi muito "agressivo" e passou a impressão de querer "ganhar no grito" os debates com o colega Ricardo Lewandowski, que deu sinais de que pretende funcionar como um contraponto ao relator.
No final de semana, os advogados prepararam as defesas, que começam a ser feitas na segunda-feira. Cada advogado terá uma hora para defesa. A expectativa é de que sejam cinco defensores por dia. Na acusação feita sexta-feira, o Procurador-Geral da República pediu ao STF a condenação de 36 dos 38 réus do processo e explicou como teriam sido feitos os acordos financeiros em troca do apoio político ao Governo. Roberto Gurgel relacionou os saques em dinheiro a votações no Congresso. São sete tipos de crime listados na denúncia. Entre eles, corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
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