Política | 27/06/2012 13h35min
O jornalista Luiz Carlos Bordoni informou nesta quarta-feira à CPI do Cachoeira que foi pago com recursos do caixa 2 da campanha do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), por serviços prestados em 2010. Bordoni relatou ter recebido na conta de sua filha, Bruna Bordoni, R$ 45 mil da empresa Alberto e Pantoja, investigada pela Polícia Federal como parte do esquema criminoso atribuído ao empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
— O meu serviço limpo foi pago com dinheiro sujo — disse o jornalista que produziu os programas de rádio da campanha de Perillo.
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— O que existiu, de fato, foi o pagamento feito a mim com dinheiro de caixa dois — destacou.
Além desse depósito, o jornalista disse ter recebido mais R$ 33,3 mil do departamento financeiro da campanha e mais R$ 10 mil pagos pelo presidente da Agência de Transportes e Obras (Agetop) de Goiás, Jayme Rincón, que era tesoureiro da campanha. Bordoni entregou à comissão documentos sobre sua movimentação bancária e de sua filha e autorizações de quebra dos sigilos bancários, telefônico e fiscal dele e de sua filha.
O jornalista disse também que o governador Perillo mentiu em seu depoimento à CPMI, ao demonstrar uma nota fiscal em nome da empresa Art Midi no valor de R$ 33,3 mil, como prova do pagamento que teria feito a ele.
— Se os senhores provarem onde está minha assinatura nessa nota eu engulo essa folha — disse o jornalista mostrando o documento que teria sido apresentado por Perillo.
— O governador faltou com a verdade abusivamente quando aqui esteve — destacou o jornalista.
Bordoni se disse magoado por ter sido chamado de mentiroso, controverso e irresponsável pelo governador Perillo:
— Porque eu iria mentir? Fiz um pacto com o amigo Marconi, mas quem tem amigos como tal não precisa de inimigos.
Ele também reclamou de ter sido apontado pela mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça, como chantageador.
— Quem sou eu para achacar o rei do achaque, o Al Capone do Cerrado. Vou processar todos eles, inclusive o dono da banda dos desafinados. Nada tenho a esconder, não temo encarar ninguém, seja quem for. Não se brinca com a honra e com a dignidade das pessoas — disse a testemunha.
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