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Mundo  | 23/06/2012 14h50min

Alemanha e Vaticano reconhecem novo governo paraguaio

Brasil ainda não se manifestou oficialmente sobre posse de Federico Franco

Rodrigo Lopes, Enviado Especial/Assunção  |  rodrigo.lopes@zerohora.com.br

Em meio a uma crise de legitimidade internacional, o governo de Federico Franco ganhou neste sábado um reconhecimento de peso: a Alemanha enviou uma comitiva ao Palácio de Governo para felicitar o novo presidente. Depois do Vaticano, é o primeiro país a reconhecer o governo de Franco.

Por volta do meio-dia, uma comitiva de oito carros diplomáticos chegou à sede presidencial. Em busca de se legitimar, Franco permitiu que alguns fotógrafos, entre eles Zero Hora, testemunhassem parte do encontro. Sorridente, ele apertou a mão do embaixador alemão Claude Robert Ellner. O encontro foi em uma sala ensolarada, com janelas de frente para o Rio Paraguai. Além do embaixador, participaram Dierk Miebel, ministro de Cooperação Econômica e outros funcionários.

Mais cedo, o núncio apostólico e chefe do corpo diplomático do Vaticano, Eliseo Ariotti, também esteve no palácio. Foi o primeiro respaldo internacional ao novo governo.

— Aprecio muito que o povo e as autoridades tenham pensado no bem do país, que é coninuar dando o melhor de cada um para a pátria — afirmou, ao deixar o prédio.

O núncio, o representante do papa Bento XVI no Paraguai, disse que estava programada a celebração de uma missa, às 16h, na Catedral Metropolitana. O religioso informou que a mensagem da Santa Sé ao Paraguai por ocasião da crise será lida nesse momento. Não se sabe se o presidente Franco irá à celebração.

Mais de 20 horas depois de o impeachment de Fernando Lugo e da posse de Federico Franco, o Brasil ainda não se manifestou oficialmente. O Palácio do Planalto e o Itamaraty estão realizando consultas junto aos membros da Unasul para um comunicado conjunto. O chanceler Antonio Patriota, que foi enviado pela presidente Dilma Rousseff na quinta-feira para tentar mediar a crise, já retornou ao Brasil. Até o momento não há previsão de um comunicado oficial do Planalto sobre o novo governo paraguaio.

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Entenda o caso

Ex-bispo católico, Fernando Lugo foi eleito presidente do Paraguai em 2008. O motivo para o pedido de impeachment — proposto ao meio-dia de quinta-feira e aprovado no final da tarde desta sexta — é o "mau desempenho de suas funções".

A maior razão que levou a oposição a desencadear o processo foi a execução de seis policiais e 11 sem-terra em um confronto que ocorreu no dia 15 de junho, em Curuguaty, a 250km da capital Assunção.

A Câmara dos Deputados aprovou o pedido de julgamento político para destituir Lugo — por 76 votos a um. Na sequência, o Senado confirmou a decisão final para o impeachment para as 17h30min desta sexta. A condenação dependia da aprovação de 30 dos 45 senadores (dois terços).

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