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Mundo  | 23/06/2012 10h29min

Novo presidente do Paraguai vai procurar Dilma para desfazer mal-estar com a destituição de Lugo

Questão energética é uma das preocupações, diante da importância da Usina Itaipu Binacional

O presidente recém-empossado do Paraguai, Federico Franco, quer evitar o desconforto com os países vizinhos, principalmente o Brasil e o Uruguai. Determinado a desfazer o mal-estar causado pela destituição do então presidente Fernando Lugo, Franco pretende procurar nos próximos dias a presidenta Dilma Rousseff e o presidente do Uruguai, José Pepe Mujica. Um dos receios de Franco é o eventual rompimento da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) com o Paraguai.

Franco também se preocupa com a questão energética, uma vez que a Usina Itaipu Binacional é fundamental para o abastecimento de energia para o Paraguai e a economia do país. Segundo assessores, o ministro das Relações Exteriores, José Félix Fernández, vai procurar o chanceler brasileiro, Antonio Patriota.

Na sexta-feira, no final da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, Dilma disse que acompanha de perto e com atenção as mudanças no Paraguai. Porém, vários ministros manifestaram dúvidas sobre o processo de impeachment movido contra Lugo pela rapidez e a forma como ocorreu. Em apenas 24 horas, ele foi destituído do poder.

O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse ontem que a impressão inicial que o governo brasileiro tinha era que havia ocorrido um golpe de Estado no Paraguai, pois o processo "foge do senso de procedimento geral de Justiça".

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse ter ficado impressionado com a rapidez do processo envolvendo Lugo. Segundo ele, foi um "processo incompatível com as regras do contraditório e da ampla defesa". Até a noite de sexta-feira, os chanceleres da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) estavam em Assunção conversando com as autoridades paraguaias.

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Entenda o caso

Ex-bispo católico, Fernando Lugo foi eleito presidente do Paraguai em 2008. O motivo para o pedido de impeachment — proposto ao meio-dia de quinta-feira e aprovado no final da tarde de sexta, 22 de junho — é o "mau desempenho de suas funções".

A maior razão que levou a oposição a desencadear o processo foi a execução de seis policiais e 11 sem-terra em um confronto que ocorreu no dia 15 de junho, em Curuguaty, a 250km da capital Assunção.

A Câmara dos Deputados aprovou o pedido de julgamento político para destituir Lugo — por 76 votos a um. Na sequência, o Senado confirmou a decisão final para o impeachment para as 17h30min desta sexta. A condenação dependia da aprovação de 30 dos 45 senadores (dois terços).

AGÊNCIA BRASIL
 
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