Mundo | 22/06/2012 15h44min
O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, ameaçado de ser destituído, afirmou nesta sexta-feira à Rádio 10 argentina que acatará o julgamento político votado no Congresso, mas advertiu que vai estimular uma resistência "a partir de outras instâncias organizacionais".
— É preciso acatá-lo (o julgamento político), é um mecanismo constitucional, mas a partir de outras instâncias organizacionais certamente decidiremos impor uma resistência para que o âmbito democrático e participativo do Paraguai vá se consolidando — afirmou Lugo.
O ex-bispo de 61 anos, eleito em 2008, apresentou nesta sexta-feira uma ação de inconstitucionalidade à Suprema Corte de Justiça contra o processo de impeachment votado na véspera pela Câmara dos Deputados, anunciou o seu advogado.
— Não é mais um golpe de Estado contra o presidente, é um golpe parlamentar disfarçado de julgamento legal, que serve de instrumento para um impeachment sem razões válidas que o justifiquem — assegurou o chefe de Estado.
Ele afirmou ainda ter recebido ligações de apoio dos colegas Hugo Chávez, da Venezuela, Rafael Correa, do Equador, Evo Morales, da Bolívia, assim como de Dilma Roussef e de Cristina Kirchner, da Argentina.
— O Paraguai deve saber que não é uma ilha e que o processo de integração baseia-se em compromisso mútuo — argumenta.
Na quinta-feira à noite, os oito principais ministros das Relações Exteriores da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) chegaram ao Paraguai com a missão de defender o presidente Lugo. Lugo, que acaba de ser tratado de um câncer no sistema linfático, já anunciou que não irá se candidatar às eleições de abril de 2013. Anteriormente conhecido como o "bispo dos pobres", foi eleito com o apoio de uma coalizão de partidos, principalmente de esquerda.
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