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Política  | 19/06/2012 14h37min

Ameaças a juiz do caso Cachoeira são graves, diz presidente do STF

Juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima pediu afastamento do caso do contraventor

Atualizada às 15h28min

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, afirmou serem de "gravidade incomum" e "qualificada" as ameaças veladas feitas ao juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima, que comandava o processo contra o contraventor Carlinhos Cachoeira, e que o levaram a abandonar o caso.

— Não se pode ameaçar do ponto de vista físico, moral ou psicológico nenhum julgador e sua família — afirmou.

A corregedora Nacional de Justiça, Eliana Calmon, afirmou que ouvirá o juiz Moreira Lima e convocará questionará o Tribunal Regional Federal da 1ª Região se foram adotadas providências para proteger o magistrado ou se o tribunal simplesmente aceitou seu afastamento do cargo.

— Não podemos ter juízes covardes, juízes ameaçados. Não podemos aceitar que ameaças veladas impeçam a magistratura de exercer suas funções. No dia que aceitarmos tal precedente, não teremos magistrados independentes — afirmou a ministra.

À corregedora, o juiz federal Moreira Lima afirmou que, além das ameaças veladas, seu trabalho era contestado pelos colegas de tribunal, especialmente a legalidade das provas obtidas no curso das investigações. De acordo com Eliana Calmon, Moreira Lima disse que seu trabalho estava sendo desqualificado pelo TRF.

— Se minhas provas estão sendo desqualificadas, se estou me sacrificando à toa, eu estou saindo do processo — afirmou o juiz conforme Eliana Calmon.

O juiz federal que herdaria o caso, Leão Aparecido Alves, tem ligações pessoais com um dos investigados. Por isso, ele afirmou que se declarou impedido e que não assumirá os rumos da investigação.

Juiz afastado temia por segurança

O juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima pediu afastamento do processo da Operação Monte Carlo alegando estar sendo ameaçado de morte. Segundo o jornal O Estado de São Paulo, em ofício encaminhado no dia 13 passado ao corregedor geral do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, Carlos Olavo, o juiz afirma não ter condições de permanecer no caso por estar em "situação de extrema exposição junto à criminalidade do estado de Goiás". Ele também disse que deixaria o país temporariamente.

De acordo com o documento, o juiz estaria seguindo, por recomendação da Polícia Federal, um rígido esquema de segurança. Além disso, Lima indica que integrantes do grupo de Cachoeira poderiam estar relacionados a assassinatos, o que indicaria queima de arquivo.

Agência Estado
 
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