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Política  | 12/06/2012 12h48min

Perillo desqualifica acusações e nega relação de proximidade com Cachoeira

Governador de Goiás falou por mais de uma hora sobre relações com contraventor

Por pouco mais de uma hora e 15 minutos, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB) apresentou à CPI do Cachoeira, na manhã desta terça-feira, as explicações sobre sua relação com o contraventor Carlos Augusto Ramos, Carlinhos Cachoeira.

Perillo levou seu discurso por escrito, negou que tenha qualquer relação de proximidade com o bicheiro e afirmou estar sendo vítima de injustiça.

— Venho até essa comissão de cabeça erguida. Aqui estive pessoalmente para entregar ofício ao presidente me oferecendo para prestar esclarecimentos à comissão, ao Congresso, ao povo de Goiás e à imprensa. Estou sendo vítima de toda essa situação e venho aqui para restabelecer a verdade dos fatos — disse Perillo.

Ele iniciou seu depoimento falando sobre o desenvolvimento econômico e social de Goiás ao longo de seus três mandatos (1999-2006 e desde 2011). Disse que "há muita gente que não se conforma" com a nova realidade de Goiás e que haveria "discriminação" com o Estado.

— Mais que o meu patrimônio moral, defendo aqui o orgulho de ser goiano. Pedi para falar aqui em respeito, primeiramente, ao povo do meu Estado. Disse a meu advogado, "se eu não for a CPI eu abandono a vida pública porque não teria coragem de olhar nos olhos dos meus conterrâneos". Não posso aceitar qualquer discriminação que venha apequenar meu Estado — afirmou.

Perillo sustentou que nunca teve relação de proximidade com Cachoeira, que o viu apenas algumas vezes e que somente ligou para ele uma única vez, no dia do aniversário do bicheiro:

— Nunca mantive qualquer relação com o senhor Carlos Ramos. Mais de 3 mil ligações e nenhuma ligação de Carlos Ramos para o meu telefone, apenas uma ligação de meu gabinete a ele no dia de seu aniversário. Se ele fosse meu amigo, teria acesso ao meu telefone.

O governador sustentou que nenhum ato de seu governo teria sido feito em benefício dos negócios do grupo do bicheiro e ainda destacou que sob seu comando a Polícia Civil de Goiás intensificou o combate ao crime organizado e aos jogos ilegais, inclusive combatendo os negócios de Cachoeira.

A venda da casa, a influência de Cachoeira e os contratos com a Delta

Perillo desqualificou todas as acusações que pesam contra ele. Disse que a venda da casa, onde Cachoeira acabou sendo preso pela Polícia Federal em fevereiro, foi feita por vias legais e qualificou como absurda a tese de que teria recebido duas vezes pela negociação.

O goiano voltou a afirmar que recebeu R$ 1,4 milhão pela casa, pagos por Waldimir Garcez com três cheques. Perillo entregou cópias dos cheques e dos comprovantes de depósitos em sua conta pessoal. Afirmou que só soube que a casa não seria comprada por Garcez no momento da escrituração, quando o ex-vereador informou que não teria recursos para bancar a compra e que tinha repassado a negociação para o empresário Walter Paulo.

Sobre a suspeita de que Carlinhos Cachoeira teria influência em nomeações para o governo, novamente Perillo negou e se defendeu afirmando que em seu governo instituiu a meritrocia, a ficha limpa e o combate ao nepotismo, e que todas as nomeações obedecem a critérios técnicos.

Disse que os contratos do governo com a Delta cumprem com as exigências legais e apresentou auditoria feitas nos contratos.

Marconi Perillo ainda negou as acusações do jornalista Luiz Carlos Bordoni — que o teria acusado de ter pagado por serviços prestados durante a campanha com recursos de empresas ligadas à Cachoeira:

— Minhas contas foram aprovadas. Todas as minhas contas de campanha foram feitas dentro do que determina a lei. Nunca realizei pagamento a quem quer que seja, pois isso compete ao coordenador do comitê financeiro.

A sessão da CPI com Perillo tem continuidade, com as perguntas feitas pelo relator, deputado Odair Cunha (PT) e pelos deputados e senadores integrantes da comissão.

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