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Esportes  | 17/04/2012 08h12min

Há 18 anos, Pitt/Corinthians conquistava o único título nacional do basquete gaúcho

Equipe de Santa Cruz do Sul derrotou Franca na final em playoff que terminou em 3 a 2 aos campeões

Guilherme Mazui  |  guilherme.mazui@zerohora.com.br

Um fim de semana de abril de 1994 mudou a história do basquete gaúcho. De sexta-feira a domingo, o Estado se uniu em verde para virar um playoff que parecia perdido. Do esforço emergiu o título brasileiro de basquete da Pitt/Corinthians, de Santa Cruz, façanha que hoje completa 18 anos.

Após duas derrotas para o favorito Franca, em São Paulo, o Corinthians dependia de três vitórias seguidas no Tesourinha, na Capital. Feito consumado em 17 de abril. O 99 a 92 no quinto e derradeiro embate deu ao Estado seu único título nacional, sob o comando de Ary Vidal (a notícia do dia no detalhe).

A conquista segue a emocionar os campeões, separados pela geografia, unidos pelas lembranças. Uma delas veio das arquibancadas. O medo por jogar as finais fora de Santa Cruz diante de um rival com nomes de seleção brasileira como Maury, Chuí, Demétrius e Rogério Klafke, além do técnico Hélio Rubens, foi superado por três dias de lotação no Tesourinha.

— Unimos gremistas e colorados. Os gaúchos abraçaram a causa — recorda o técnico Ary Vidal, hoje com 76 anos e vivendo no Rio de Janeiro.

O Rio é a casa de quase meio time. No Leme mora Waldir Boccardo, também 76 anos, auxiliar técnico de Ary. Já o armador Oldair e o pivô Marcionílio vivem em Angra dos Reis. A capital ainda abriga o ala Almir e o armador e capitão João Batista. Das mãos que mais tarde ergueriam a taça partiram os dois arremessos que começaram a mudar a história do quinto jogo.

— Viramos o primeiro tempo 10 pontos atrás. Na volta, acertei duas bolas de três e a diferença caiu para quatro. Quando a segunda caiu eu senti: estávamos no páreo — relembra João.

As cestas puxaram uma reação protagonizada pelos dois americanos do time. No contragolpe, Brent Merritt, hoje um técnico de basquete escolar de 42 anos, alçou a bola para o alto, ao encontro do voo certeiro de Alvin Frederick, no engate da ponte aérea.

— Só precisei olhar e fazer um sinal com a cabeça para o Brent. O ginásio enlouqueceu — emociona-se Alvin, um policial de 49 anos, morador de Richmond, na Virgínia (EUA).

Dos gaúchos, o caçula da turma, o pivô Magrão, 18 anos à época, vive em Porto Alegre. Diretores e parte da comissão técnica seguem em Santa Cruz (exceto o uruguaio Fernando Larralde, atual supervisor do Uberlândia, no NBB). A cidade no Vale do Rio Pardo, que até hoje cultua seus campeões, é lar dos alas-pivôs Poll e Cruxen, natural de Caxias do Sul.

— Quando o cronômetro zerou, não tinha ideia da importância do feito.A ficha levou uns dois dias para cair. E digo que até hoje está caindo — diz Cruxen.

Os campeões
Em 17 de abril de 1994, ao vencer o favorito Franca por 99 a 92 no ginásio Tesourinha, em Porto Alegre, a Pitt/Corinthians conquistou o Brasil. A equipe de Santa Cruz virou um playoff que parecia perdido, após duas derrotas em São Paulo. O 3 a 2 na decisão deu ao Estado seu único título nacional de basquete. Nesta terça, a façanha dos comandados de Ary Vidal completa 18 anos.

1 - Marcionílio – Jogava como pivô, 2m. Aos 42 anos, vive em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, é professor de educação física. Trabalha como coordenador esportivo de uma escola. Disputa torneios de máster pelo país.

2 - Silvio Carioca – Pivô, 2m7cm, está com 48 anos. É chefe de cozinha, proprietário de um restaurante e pizzaria na praia de Boiçucanga, em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo.

3 - Joel – Pivô, 2m5cm, mora em Santo André, em São Paulo. Aos 48 anos, é dono de uma empresa de locação de equipamentos para construção. Costuma defender a seleção brasileira máster.

4 - Alvin Frederick – Ídolo da torcida, 1m96cm, o ala americano voltou para os EUA. Mora em Richmond, na Virgínia, e trabalha como policial. Está com 49 anos.

5 - Magrão – Um dos gaúchos do time, o pivô de 2m8cm era o mais jovem da equipe, com 18 anos na época. Aos 36, mora em Porto Alegre. É inspetor de segurança do Praia de Belas Shopping.

6 - Cruxen – Pivô, 1m97cm, de Caxias do Sul, está com 49 anos. Defende a seleção máster. Vive em Santa Cruz, onde trabalha com eventos esportivos.

7 - Leandro Burgos – Preparador físico da Pitt/Corinthians, ainda mora em Santa Cruz.

8 - Waldir Boccardo – Auxiliar técnico, está com 76 anos e mora no Rio. Como jogador foi campeão mundial de basquete (1959) e medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Roma (1960).

9 - Fernando Larralde – O uruguaio era supervisor do time  e mora em Minas Gerais, onde exerce a mesma função no Uberlândia, equipe que disputa o NBB.

10 - Ary Vidal – Técnico campeão, ex-treinador da seleção brasileira (foi ouro no Pan de Indianápolis, em 1987) está com 76 anos. Já não trabalha mais com basquete. Vive em Copacabana, no Rio, com a mulher, Heloísa.

11 - Luciano Hillesheim – Massagista e mordomo do time, vive em Santa Cruz. Trabalhou no Avenida neste Gauchão.

12 - Poll – Santa-cruzense do time, aos 41 anos ainda mora na cidade. Ala-pivô, 1m90cm, trabalha na empresa da família.

13 - Oldair – Era armador, 1m80cm. Está com 46 anos. Mora em Angra dos Reis, no Rio. É professor de educação física. Trabalha em um clube na cidade carioca. Joga torneios máster.

14 - João Batista – Armador e capitão, 1m90cm. Está com 49 anos, mora no Rio, onde trabalha como assistente técnico da equipe de basquete do Flamengo, que disputa o NBB.

15 - Almir – Jogava como ala, 1m93cm. Tem 53 anos, mora no Rio de Janeiro. Trabalha num projeto social que ensina basquete para crianças de comunidades cariocas. Joga pela seleção brasileira máster.

16 - Brent Merritt – Um dos americanos da Pitt/Corinthians, 1m93cm, jogava como ala. Aos 42 anos, voltou para o seu país. Vive em Seattle, no Estado de Washington. É técnico em uma equipe de basquete escolar e também trabalha como personal trainer.

17 - Edu Gato – Ala, 1m96cm, mora em Curitiba. Virou empresário do ramo de estacionamentos e gerencia carreira de jogadores de futebol. Está com 48 anos.

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