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Premiê palestino pede a Bush pressão contra assentamentos judaicos

Em visita a Washington, onde tem um encontro com o presidente norte-americano George W. Bush, o primeiro-ministro palestino, Mahmoud Abbas, pediu nesta sexta, dia 25, que o governo dos Estados Unidos pressione Israel a parar a construção de assentamentos judaicos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Abbas solicitou também que o chefe de Estado norte-americano tente convencer a liderança israelense a libertar milhares de palestinos presos e a abandonar a construção de uma cerca em torno da Cisjordânia, vista pelos palestinos como uma tentativa de demarcar as fronteiras de seu futuro Estado.

Antes de sua primeira visita à Casa Branca desde que se tornou premiê, em abril, Abbas disse que, se os EUA não conseguirem convencer Israel a respeito dessas questões, o governo moderado palestino correrá riscos.

– Se eles (os palestinos) sentirem que não há resposta ou comprometimento do lado norte-americano, a situação ficará bem difícil. Eu e meu governo estaremos em uma situação difícil – disse.

O cargo de primeiro-ministro palestino foi criado para Abbas de modo a isolar o líder Yasser Arafat, a quem Estados Unidos e Israel acusam de fomentar a violência. Arafat nega. Washington vê em Abbas um moderado disposto a implantar o plano de paz que prevê o fim da violência e a criação do Estado palestino até 2005.

Abbas e o primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, já se comprometeram com o plano, mas há disputas sobre quem deve fazer o quê para colocá-lo em prática. Sharon desembarca nos EUA para um encontro com Bush na próxima terça.

O líder israelense prometeu em junho que desmantelaria dezenas de postos de vigilância construídos ilegalmente nos assentamentos. Até agora, entretanto, isso não ocorreu. Nos últimos seis meses, a população de colonos cresceu em 5 mil pessoas. Israel diz que isso reflete o crescimento populacional. A proposta de paz diz que toda a atividade de colonização deve ser suspensa.

Outra questão delicada, a dos presos, é arrastada há semanas, período em que Israel vem preparando uma lista de algumas centenas de palestinos que podem ser soltos por não terem envolvimento em atentados violentos. Os palestinos exigem a libertação de todos os prisioneiros, 6 mil.

O resultado dessa negociação é visto pelos palestinos como um teste em que Abbas será avaliado por sua capacidade de pressionar Sharon. Sem a libertação dos presos, os grupos militantes ameaçam romper a trégua de três meses declarada em 29 de junho.

O governo israelense afirma que a trégua não basta, e exige que Abbas desarme os grupos militantes. Sharon deve levar a Bush um pedido para que faça pressão nesse sentido.

Em discurso nessa quinta no Conselho de Relações Exteriores dos EUA, Abbas afirmou que os grupos militantes, como Hamas e Jihad Islâmica, compreenderam a necessidade de que a Autoridade Palestina seja a única força armada da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. O palestino afirmou que, desde o início, Israel segue "um padrão de implementação hesitante'' com relação ao plano.

– Sem passos decididos não vamos ter sucesso – declarou.

As informações são da agência Reuters.

 
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