Esportes | 08/10/2011 17h24min
Uma calça jeans e uma camisa azul se transformaram em dezembro de 2005 no talismã do executivo de futebol do Grêmio, Paulo Pelaipe, 60 anos. Era a roupa que ele usava na Batalha dos Aflitos, o jogo em que o Grêmio saiu da Série B num final dramático: estava com sete homens em campo e sofreu um pênalti.
— Quando o jogador do Náutico bateu o pênalti e o Galatto defendeu, meu coração se acelerou. Foi uma emoção muito forte. Se o Grêmio levasse aquele pênalti, estaria tudo perdido. Não teríamos discurso para montar a equipe para 2006. Foi o meu pior momento em toda a minha vida no Grêmio.
Entre idas e vindas, são 32 anos no Grêmio. Pelaipe não estava trabalhando no clube quando o tricolor caiu para a segunda divisão, mas foi chamado pelo presidente Paulo Odone para ajudar na operação de salvamento. Sofreu como gerente e como torcedor.
Mas foi justo num sábado um dos dois piores dias nesses dois meses na nova função, quando o Grêmio dormiu na zona de rebaixamento. O outro foi a segunda-feira em que Mário Fernandes refugou a Seleção. Nesse dia, o celular de Pelaipe não parou de tocar. Enquanto conversava com Zero Hora, o assessor passou praticamente o tempo todo anotando recados. Eram, principalmente, pedidos de entrevista para tratar do caso Mário Fernandes. Três vezes pediu licença para atender ligações inadiáveis.
Zero Hora – O que um executivo de futebol precisa para alcançar o sucesso?
Paulo Pelaipe – É preciso ter a experiência no mundo do futebol. Porque trabalhar no vestiário, com os atletas, com a comissão técnica, comandar esse processo e ter a cobrança do torcedor exige preparação. Tem de assistir aos jogos de todas as séries para descobrir jogadores. É preciso estar sempre atento. Você passa 18 horas por dia voltado exclusivamente para o futebol.
ZH – É diferente ser o executivo do clube do coração e de outro sem afinidade?
Pelaipe – A responsabilidade sempre é a mesma. Mas me cobro ainda mais, pois assumi um clube no qual estou desde 1979. Ocupei vários cargos, no futsal, nas escolinhas, nas categorias de base e no futebol profissional. Assumi como executivo em um momento difícil do time. Mas me cobro ainda mais que dê certo porque gosto muito do Grêmio.
ZH – O Grêmio passou uma noite na zona de rebaixamento. Como foi essa noite?
Pelaipe – Fui dirigente em 2005, quando nós saímos da Série B. Sempre digo que aquilo é um inferno. Como a rodada começou no sábado e só jogamos às 18h de domingo, contra o Fluminense, ficamos na zona. Foi difícil, duro, muito tenso. Com a vitória, decolamos.
ZH – O senhor teve momento de tensão igual ou maior ao vivido na Batalha dos Aflitos?
Pelaipe – Não. Em toda a minha trajetória no Grêmio, são 32 anos entre idas e vindas, o momento do pênalti, o time com sete jogadores, foi o pior momento. Se o Náutico fizesse o gol, ficaríamos mais um ano na Série B, seria muito difícil. Realmente, foi o momento mais difícil da minha vida.
ZH – O Grêmio tem grandes revelações em um futuro imediato?
Pelaipe – Há uma equipe de trabalho, desde a sub-12, formada por treinadores, assistentes sociais e fisiologistas fazendo trabalho para desenvolvimento dos meninos. Temos quem poderá dar muito boa resposta. Teremos equipe competitiva em 2012.
Leia mais na edição deste domingo de Zero Hora.
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Próximos jogos:
08/10 - 18h - Coritiba x Grêmio
12/10 - 16h - Grêmio x Figueirense
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