A derrota para o Bahia por 3 a 2, sábado, em Salvador, é o retrato fiel de uma equipe sem confiança e abalada psicologicamente. Nem mesmo o vibrante técnico Toninho Cecílio e o seu discurso motivador consegue mudar a cara de uma equipe que comete erros sucessivos rodada após rodada.

Hoje, Toninho pode confirmar a sua saída do clube. Os maus resultados — duas vitórias, dois empates e cinco derrotas — e a falta de forças para reverter o quadro estariam levando o treinador avaiano ao limite.

Após o jogo com o Bahia, pessoas ligadas ao clube viram Toninho bastante desiludido no vestiário do Estádio Pituaçu. E, na entrevista coletiva, quando questionado sobre o abatimento da equipe, Toninho falou em tom de despedida.

— Todos estão abatidos. O grupo está tentando de todas as maneiras sair dessa situação. Agradeci ao grupo que tive a honra de comandar pelo jogo de hoje (sábado) —afirmou.

Do mesmo jeito que Toninho Cecílio, os jogadores também acusaram o golpe. No retorno para casa, ontem, eles desembarcaram no Aeroporto Hercílio Luz visivelmente tristes e com expressão de abatimento.

Um cenário bem diferente ao vivido na última sexta-feira, quando dezenas de avaianos compareceram ao local para incentivar o time com mensagens de apoio.

Quem parou para falar com a imprensa na chegada foi o volante Bruno, um dos raros destaques na Bahia.

— Tínhamos o jogo na mão e não soubemos aproveitar. Temos que trabalhar, não adianta ficar dando desculpa. Ainda temos chances e nada é impossível — afirmou.

O problema é acreditar nisso. Com a volta para a Série B cada vez mais próxima, os dirigentes tentam de tudo para impedir o rebaixamento. O presidente João Nilson Zunino, que esteve em Salvador, convocou patrocinadores do clube na semana passada para dar um estímulo extra à equipe. Internamente, prometeu uma boa recompensa para os atletas livrarem o time do descenso. Além disso, baixou o preço dos ingressos em todos os setores até o fim do campeonato. Ações importantes, mas que podem ter um desfecho desolador.