Bicampeão Pan-Americano e terceiro colocado no último Campeonato Mundial de patinação artística, disputado em Portugal, em 2010, Marcel Stürmer segue a preparação de maneira intensa mas, ao mesmo tempo, com certa cautela para o Pan 2011, no México. Ele se diz pronto para mais um ouro. No entanto, mantém os pés no chão e acredita que o ideal de qualquer patinador é entrar no seu ápice físico e psicológico justamente na semana da competição, o que ele chama de "periodização".

— Um atleta nunca para. É como se ele chegasse no topo de uma montanha e continuasse. O que acontece, depois disso, é ele cair. Foi o que aconteceu comigo no Mundial de Portugal, ano passado. Errei um pouco a periodização. Atingi o meu ápice duas semanas antes de ir para a competição — explica.

Para isso, e devido à altitude de 1.500m de Guadalajara, Marcel cadencia os trabalhos. Treina constantemente, mas com cautela. Diariamente, começa às 10h e para somente à noite. Em média, reserva duas horas apenas para aprimorar a parte técnica. Outra hora é separada para a coreografia. Depois, tem pela frente 1h30min de fisioterapia e mais duas horas de musculação.

— É um conjunto. Não adianta os treinos e a preparação terem sido excelentes e não estar com a cabeça voltada para ser campeão. A cabeça tem que estar ligada nisso tudo — argumenta.

— A patinação exige uma resistência física muito grande. É como um tiro de corrida muito rápido. Chego no fim da coreografia exausto. Por isso, estamos fazendo treinos para que eu consiga terminar a prova sem estar "demolido", para chegar no fim com algum gás — explica.

Parte desse conceito se explica em virtude da idade. Aos 26 anos, ele diz sentir a diferença na disputa de provas em comparação a quando tinha 18. Devido a isso, encara com certo receio o fato dos espectadores aguardarem por um novo título Pan-Americano ao natural.

— Todos têm um nível técnico muito alto. Eu e os rivais teremos coreografias parecidas. Quem não errar, vai ganhar. Neste caso, vai ganhar quem tiver a melhor periodização — finaliza Marcel, que enxerga argentinos e norte-americanos como seus maiores adversários neste Pan.