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 | 16/09/2011 09h01min

Maestro Douglas abre o coração

Meia diz-se alheio a críticas e elogios

Mariana Mondini  |  mariana.mondini@diariogaucho.com.br

Um dos artilheiros do Grêmio na Série A, com cinco gols, diz-se alheio a críticas e elogios. Apelidado de maestro, Douglas dos Santos, 29 anos, completará cem jogos pelo Tricolor contra o Botafogo, na quinta-feira. Há quase dois anos no clube, foi amado e odiado pela torcida. Nada, porém, abalou o toque refinado do 10.

Douglas fala pouco, mas ontem, antes de viajar para o Rio, onde no sábado o Grêmio pega o Vasco, abriu exceção e conversou com o Diário.

Diário Gaúcho – Quando chegaste ao Grêmio, imaginavas fazer cem jogos com esta camisa?

Douglas – A gente espera, quando chega, ter longa vida no clube. Alcançar esta marca em pouco tempo é importante. Mostra o quanto estou habituado ao clube, à torcida. Estou muito feliz.

Diário – Nesses quase dois anos,qual foi teu melhor momento?

Douglas – No final do ano passado, naquela arrancada. Não só para mim, mas para o grupo inteiro foi a melhor fase.

Diário – Costumas ser indiferente às críticas. O que, então, realmente te toca?

Douglas – Sou um cara que diferencia bastante isso. Tento tirar algo proveitoso de uma crítica. Se eu vir que não tem fundamento, deixo de lado. Assim como não me empolgo com elogios. Dá para levar tranquilo.

Diário – Nos últimos tempos, vinhas recebendo críticas, mas pareces ter recuperado o futebol que sempre apresentaste. O que contribuiu para retomares as boas atuações?

Douglas – A chegada de Celso Roth e nossa mudança de comportamento. Isso fez diferença. Às vezes, quando o jogador passa por uma fase ruim, o que acontece sempre, as coisas não dão certo, e ele perde a confiança. Não só eu, mas o grupo inteiro conseguiu recuperar a confiança, e isso está fazendo a diferença.

Diário – Quando chegaste, a torcida dizia que não tinhas o estilo gaúcho (de dar carrinho e marcar). Te adequaste ao estilo ou a torcida passou a te admirar do teu jeito?

Douglas – Eu me adaptei. O torcedor teve um pouco mais de paciência quando cheguei, mas também me adaptei. Procurei, às vezes, dar um carrinho, fazer uma falta aqui, outra ali, para trazer o torcedor para o meu lado. Isso fez a diferença. Consegui me adaptar legal aqui e estou feliz.

Diário – Quem é teu ídolo? Em quem tu te espelhas?

Douglas – Na posição, Alex (do Fenerbahçe, da Turquia), um cara fora de série. O pessoal o criticava muito na época em que ele estava na Seleção. Falavam que era muito lento, mas não tem jeito, para mim, é o cara.

Diário – Tiveste vários treinadores no Grêmio. Com quem mais gostaste de trabalhar?

Douglas – Tive uma proximidade maior com Renato. A gente acabou virando amigo, conversava às vezes. Todo mundo lamentou a saída dele. Me dei bem com todos, mas com Renato foi uma coisa diferente.

Diário – Esperas ser convocado novamente para a Seleção?

Douglas – Sonho, mas não crio expectativa para não acabar me frustrando. Continuo na minha, tranquilo.

Diário – Acreditas que o Grêmio possa chegar à Libertadores ou até mesmo ganhar o título este ano?

Douglas – Pode! Basta ganhar estes últimos 16 jogos (risos)! A gente tem uma esperança ainda de chegar à Libertadores e vai batalhar até o final.



Roth: "Melhorou. Veio de dentro"

O técnico Renato Portaluppi sempre dizia:

– Me encanto em ver Douglas jogar.

O 10 tricolor costuma arrancar elogios dos treinadores que passam pelo Olímpico, mesmo quando não está na sua melhor fase.

– Douglas tem a capacidade de fazer a equipe jogar no seu ritmo – analisou o técnico Celso Roth.

Para o comandante gremista, a retomada do futebol do meia é creditada a ele mesmo:

– A gente sempre tem de ser melhor do que a gente mesmo. Não há esquema que
supere. Ele melhorou. Veio de dentro, e isso é básico. Depois vêm posicionamento e todas as coisas do entorno, como trabalho e esquema.


SAIBA MAIS

● Foi apresentado no Olímpico no dia 27 de janeiro de 2010.
● Estreou no dia 7 de fevereiro daquele ano, contra a Ulbra, em Canoas.
● Seu primeiro gol foi marcado no dia 29 de abril contra o Fluminense, no Maracanã.
● Pelo Grêmio, conquistou o Campeonato Gaúcho de 2010.
● Com a chegada do técnico Renato Portaluppi, ganhou confiança e viveu seu melhor momento no clube.
● Em 29 de outubro de 2010, foi convocado para a Seleção Brasileira pela primeira vez na carreira, para um amistoso contra a Argentina.
● Marcou 22 gols com a camisa gremista.

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