O pedido de afastamento de Bolívar por tempo indeterminado surpreendeu dois históricos zagueiros colorados. Mauro Galvão e Figueroa estranharam a solicitação do então capitão, que estará fora do jogo desta quarta-feira, às 16h, no Beira-Rio. Para eles, o jogador passa apenas por uma fase delicada:

– Ele pediu? Mas, em breve, veremos o Bolívar demonstrando toda a sua qualidade e liderança no Inter novamente. É algo passageiro – afirmou Galvão.

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O ex-zagueiro colorado, campeão brasileiro em 1979, que deixou o cargo de gerente de futebol do Avaí no final de agosto, vê em Bolívar um grande zagueiro, "acostumado a conquistar títulos".

Figueroa segue a mesma linha de raciocínio. Don Elias aponta os inúmeros títulos em suas duas passagens pelo clube - duas Libertadores, uma Copa Sul-Americana e uma Recopa, entre outros - como uma prova do talento de Bolívar. Para o bicampeão brasileiro em 1975 e 1976, ele só precisa recuperar a confiança:

– Ele é um bom jogador. Está há muitos anos no Inter. É uma fase. E fase ruim não quer dizer que durará para sempre.

Galvão lembrou das vezes em que saiu de campo com uma atuação aquém do esperado e garantiu que o jogador sabe como rendeu ou não durante os 90 minutos. Antes mesmo de ser criticado pela imprensa ou pelo torcedor, ele já reconhecia seu fraco rendimento e tinha dificuldades até para dormir.

A impaciência do torcedor com um dos jogadores mais vitoriosos da história do clube é consequência da posição que ocupa na equipe, opina Galvão. O ex-atleta acredita que Bolívar, como capitão, "acaba sendo o mais visado".

Em relação às contestações que o General vem recebendo, Mauro Galvão ressaltou que é o sistema defensivo colorado que passa por problemas. De acordo com o ex-zagueiro, os colorados são "direcionados" a criticar o nome do camisa 2:

– O torcedor vai muito pelo que as pessoas comentam. Existe um direcionamento no nome do Bolívar, e isso contagia.

Já Figueroa acredita que a crítica da torcida sobre Bolívar é reflexo do imediatismo do futebol. Ou seja, a ânsia por vitórias em todas as partidas causa a irritação em um eventual resultado negativo. Don Elias entende que é o momento de Dorival Júnior e os jogadores apoiarem o principal líder do grupo para retomar seu futebol.

Na última sexta-feira, o pai de Bolívar chegou a afirmar que, na sua opinião, o ciclo do filho "estava encerrado" no Beira-Rio. Opinião rechaçada por Galvão, que aposta em uma superação do atleta:

– Ele saberá sair dessa.